Brasileiros recorrem à tradicional caderneta de poupança para recompor a renda corroída pela carestia de Bolsonaro. Saída líquida é a maior para o mês de março, diz BC
Com a economia afundando em meio ao desemprego elevado, inflação acelerada e a renda desabando, os brasileiros aumentaram os saques à caderneta de poupança no mês de março. As retiradas superaram os depósitos em R$ 15,4 bilhões em março deste ano. Foi a maior saída líquida (saques menos depósitos) para o mês, desde o início da série histórica em 1995, segundo divulgou o Banco Central nesta segunda-feira (25).
Em março de 2021, a retirada de recursos da poupança foi de R$ 3,524 bilhões. Até então, o recorde para o mês de março aconteceu em 2015, quando os saques superaram os depósitos em R$ 11,4 bilhões.
Este ano, no mês de março, os depósitos somaram R$ 311,753 bilhões. Já os saques foram de R$ 327,109 bilhões. Considerando o rendimento de R$ 5,138 bilhões no período, o saldo total da caderneta somou R$ 1,006 trilhão no fim do terceiro mês do ano.
Desde o início do ano, os saques superam os depósitos que somam no primeiro trimestre uma saída líquida de R$ 40,4 bilhões. Além da inflação que acumula alta de 11,3% nos últimos doze meses até março, as famílias tiveram no início do ano gastos extras com IPTU, IPVA, material escolar, além dos aumentos que seguem na conta de luz, gás de cozinha, gasolina, remédios e, principalmente, nos alimentos que não param de subir.
Em janeiro, as retiradas superaram os depósitos em R$ 19,7 bilhões – a maior saída líquida já registrada pelo Banco Central. Em fevereiro, as retiradas superaram os depósitos em R$ 5,3 bilhões e, agora em março, foram mais R$ R$ 15,4 bilhões superando os depósitos.
Em 2021, com a carestia nos preços dos alimentos e dos combustíveis corroendo a renda, em plena pandemia, a caderneta de poupança teve retiradas líquidas de R$ 35,497 bilhões.