
Em meio a uma crise no Ministério da Educação (MEC), o titular da pasta Ricardo Vélez Rodríguez anunciou na terça-feira (12), por meio do Twitter, a demissão do secretário-executivo Luís Antônio Tozi – o número 2 na hierarquia do ministério.
“Dando sequência às mudanças necessárias, agradecemos a Luís Antônio Tozi pelo empenho de suas funções no MEC”, disse o ministro. Ele indicou como substituto Rubens Barreto da Silva, que ocupava o cargo de secretário-executivo adjunto.
Com a medida, chega a sete o número de exonerações no MEC desde a tarde de segunda-feira (11). Em edição extra do Diário Oficial da União publicada na segunda, seis pessoas já tinham sido exoneradas: o chefe de gabinete, o secretário-adjunto, um assessor especial e três diretores.
Vélez não explicou os motivos da troca, mas a demissão de Tozi havia sido pedida nas redes sociais pelo astrólogo e guru Olavo de Carvalho – que atribuiu a ele um movimento de enfraquecer seus ex-alunos na pasta.
As mudanças no ministério foram desencadeadas após críticas do guru do governo, que falou sobre uma “zona no MEC”.
Nos últimos dias, o ministro deixou os seguidores de Olavo de lado e passou a se aconselhar com o secretário-executivo, que foi diretor do Centro Paula Souza, administrador das Fatecs (Faculdades de Tecnologia) em São Paulo. O grupo indicado por Olavo acusa o grupo de Tozi de ser “tucano” e não seguir as ideias de Bolsonaro.
Rubens Barreto da Silva, anunciado como substituto de Luís Antônio Tozi, tinha sido nomeado para o cargo de secretário-executivo adjunto na segunda. Mas pessoas próximas a Olavo de Carvalho agora tentam evitar que ele seja efetivado no posto. Ele se tornou alvo dos alunos olavistas logo após sua nomeação ser divulgada.
A razão é que ele seria amigo e braço direito de Tozi. Vélez o nomeara para o cargo com o intuito de manter um secretário-executivo técnico na pasta. Porém, os olavistas do ministério dizem que ele não será nomeado e que já há uma busca por um nome para colocar no lugar.
A crise no ministério começou a partir de críticas ao desempenho do ministro por falta de resultados e polêmicas como a do grotesco comunicado enviado às escolas, na qual voltou atrás. Ainda no carnaval, quando o ministro começou a planejar mudanças, alterando funções de funcionários, o grupo de seguidores do astrólogo reagiu.
A demissão do secretário-executivo foi colocada por Olavo de Carvalho como condição para pôr um fim às críticas que vinha fazendo contra o ministro nas redes sociais. O guru levou a demanda a Bolsonaro, que determinou a Vélez a degola do número 2.
Em dois meses e meio à frente do MEC, Ricardo Vélez se envolveu em algumas polêmicas. Além da carta pedindo que as crianças fossem filmadas, disse em entrevista que o brasileiro parece um “canibal” quando viaja ao exterior e que a universidade não é para todos.
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