“Eu não sou um candidato fruto do fenômeno Bolsonaro, eu sou um candidato fruto do trabalho, da nossa atuação na Assembléia”, afirmou Marcio Pacheco (PPL) reeleito deputado estadual no Paraná com 39.323 votos.
Entre os deputados estaduais que já estavam no cargo, Marcio Pacheco foi o único a melhorar o desempenho nas urnas em Cascavel. Em 2014, ele havia feito 18.973 votos. Este ano a votação na cidade saltou para 24.044, 26% a mais.
Em entrevista à Rádio CBN de Cascavel, o deputado criticou a reforma política. Para ele a divisão do fundo eleitoral é antidemocrática e atende aos interesses daqueles que saquearam o país. “O fundo eleitoral foi um fundo criminoso criado contra a população para beneficiar pouquíssimos políticos desprovidos de valores para lutar contra os interesses do povo”, destacou.
Marcio Pacheco ressaltou que sua postura contra aqueles que se envolveram nos esquemas de propina e lavagem de dinheiro o colocou ao lado do povo e foi determinante na sua reeleição. “O resultado nas urnas mostra que estávamos corretos quando reprovamos a postura de apoiar alguém, de passar a mão na cabeça de qualquer um envolvido em escândalos de corrupção, que se apresentaram no Paraná nos últimos tempos. Como esse escândalo do conluio envolvendo as empresas concessionárias de pedágio no Paraná, esse crime que se praticou no Paraná”.
As pesquisas não apontavam o grande crescimento de Pacheco nas urnas. “A gente precisa repensar as pesquisas no Brasil, pelo amor de Deus, elas são uma farsa. Quem era o senador eleito pelas pesquisas no Paraná? Em todas as pesquisas era o Requião, em primeiro e Beto Richa em segundo. O que aconteceu? Requião em sexto. Mas, não é de agora, na minha eleição para vereador eu nem aparecia nas pesquisas e fui eleito. Em 2014 pra deputado estadual foi a mesma coisa, pesquisa nunca nem citou meu nome. Agora de novo… diziam que eu não ia fazer legenda, não seria reeleito. Pois bem, fizemos legenda com sobra e fui reeleito”, apontou.
Pacheco ainda criticou o voto útil produzido pelas pesquisas. “A questão do tal do voto útil, que faz a diferença, muitas vezes a pesquisa não acerta o número, ela conduz a população para aquele número, coloca o candidato em primeiro lugar, com fama de ‘já ganhou’ e ai infelizmente muitos pensam ‘ah vou votar porque ele vai ganhar’. Então não é que a pesquisa acertou, ela conduziu pela manipulação”, disse.
GOVERNO DO ESTADO
Sobre a eleição de Ratinho Jr. para o governo estadual, o deputado afirmou que “o discurso é sempre muito bonito, eu quero ver a prática”. Para Pacheco, “se a prática dele não for a que ele disse em seu discurso após eleito, ontem, ele terá meu enfrentamento na Assembléia. Eu fui eleito, até hoje, só pela minha postura, pela minha coragem de dizer sim, quando precisa dizer sim, mas também ter a coragem de dizer não,quando precisa dizer não. Eu espero que o Ratinho Jr. tenha a prática que ele disse que teria no discurso, porque ai sim, com respeito ao povo, sem perder a autonomia, a dignidade e trazer tantas demandas estruturais que eu também quero trazer para Cascavel, para região oeste do Paraná. Mas isso não pode estar atrelado a uma subserviência a um governo que esteja trabalhando para atender interesses pessoais ou interesses de grupos”.
Pacheco também agradeceu aos seus eleitores. “Quero agradecer as pessoas, porque elas não foram compradas. Votaram num projeto, votaram em princípios, valores e me dão a honra dessa votação expressiva”.