O ex-deputado e ex-ministro do Trabalho Brizola Neto (PCdoB), pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro, alertou no sábado (14), em entrevista ao HP, para a gravidade da crise da Saúde Pública no município. “A crise financeira atinge diversas capitais brasileiras, mas o colapso do sistema de Saúde no Rio de Janeiro é ainda mais grave”, observou Brizola Neto, ao comentar o fechamento de emergências e o atraso de salários dos funcionários, ocorridos na cidade nos últimos dias.
Funcionários estão há mais de dois meses sem salários. A rede municipal sofre com falta de pessoal e de insumos. Até serviços essenciais como emergências estão parando e os pacientes estão sofrendo na peregrinação por atendimento. O prefeito Marcelo Crivella afirmou, em vídeo divulgado em redes sociais, que “não há problema na Prefeitura”. “A crise é fabricada”, disse ele. “A Prefeitura está funcionando normalmente. O problema está nas OS (Organizações Sociais)”, acrescentou.
Brizola Neto contesta as afirmações do prefeito. “Ele está dizendo duas mentiras”, esclarece o ex-ministro. “Há uma crise gravíssima nas contas da Prefeitura. Esta crise é mais grave do que nas outras capitais. A crise é geral, mas é agravada pela incompetência de Crivella, que já fez dois empréstimos, aumentou o IPTU e não consegue pagar os salários de servidores de áreas básicas como a Saúde Pública”, aponta Brizola.
A recessão econômica, fruto da política neoliberal de juros altos e desestímulo à produção e o consumo, aprofundadas por Bolsonaro e Paulo Guedes, estão agravando a situação financeira dos municípios brasileiros. O Rio de Janeiro tem, atualmente, uma dívida de R$ 3,2 bilhões, segundo o Tribunal de Contas do Município (TCM). Só no primeiro ano da gestão Crivella, o município contraiu R$ 2,5 bilhões.
“Quando ele afirma que a crise não está na Prefeitura, mas nas OS, ele está mentindo e fugindo de sua responsabilidade”, diz o pré-candidato. “Por que ele não retoma as unidades públicas de Saúde que foram entregues para essas OS?”, indagou.
“Ao invés de retomar as unidades para que a Prefeitura se responsabilize pelos serviços que devem ser prestados à população, ele apenas trocou de OS. Concentrou 60% das verbas da atenção básica saúde em apenas uma OS, a Pró-Saúde, e agora estamos vendo esse colapso todo”, denunciou.
“Crivella não só não retomou os serviços colapsados, como fez esses repasses concentrados para a Pró-Saúde, inclusive, em formato emergencial, ou seja, sem licitação”, acrescentou o ex-deputado.
“Os servidores não podem ficar sem salários e muito menos a população ficar sem atendimento. O Rio de Janeiro esta exigindo da Prefeitura o pleno e imediato funcionamento das unidades de saúde, principalmente as unidades de emergência”, cobrou Brizola Neto.