O jornal russo Komsomolskaya Pravda denunciou que nas últimas semanas os neonazis ucranianos e banderistas em geral se lançaram a um frenesi de destruição de monumentos ao poeta russo Alexander Pushkin, considerado o criador da língua e literatura russas modernas.
O que – assinala – é uma repetição da caça às estátuas e bustos em homenagem ao grande Lenin, por toda a Ucrânia, logo após o golpe de estado na Praça Maidan, comemorado nos centros imperiais mundo afora, e tido nos prostíbulos de Kiev como símbolo da “descomunização” – que, claro, levou também a proibir a existência legal de partidos comunistas e sua maldita mania de serem contra as privatarias.
Depois da “descomunização” de 2014, agora, a “desrussificação”, simbolizada no macartismo ucraniano em 2022 contra o genial Pushkin.
A publicação enumera sua “crônica da barbárie”: datas e locais da liquidação dos monumentos em homenagem ao poeta: em Mukachevo (7 de abril); em Uzhgorod e Ternopil (9 de abril); em Zabolotovtsy, região de Lviv (11 de abril).
O jornal lembra que, em 1907, à custa dos aldeões, foi erguido ali o primeiro monumento ao poeta na Galiza Oriental. Em 1916, as autoridades austríacas [a região era parte, então, do império austro-húngaro] à noite, secretamente, levaram a figura de pedra do poeta para paradeiro desconhecido. Em 1988, um novo monumento foi ali inaugurado.
A fúria dos russófobos pró-Otan prossegue: Kropyvnytskyi (19 de abril). Uma semana depois, uma aldeia com o nome do poeta, Pushkin, teve o monumento em homenagem a ele derrubado e foi anunciado que a vila será rebatizada. Em 30 de abril, foi a vez de uma estátua em sua homenagem, em Chernihiv.
Em maio, foram pelo menos cinco os monumentos a Pushkin demolidos: Vinnitsa, uma placa comemorativa, no dia 5; um busto removido em Delyatyn, região de Ivano-Frankivsk, no dia 8; outro busto, em Belaya Tserkov, no dia 13; e finalmente, um monumento a ele em Nikolaev, no dia 21.
Junho começou com o monumento em homenagem ao poeta danificado em Nikopol. A sanha contra o poeta russo deverá se seguir, conforme os planos, em Kiev, Kharkov, Dnipro e outras cidades ucranianas.
Em Dnipro, que na época em que Pushkin lá esteve exilado (1820) era chamado de Yekaterinoslav, uma avenida recebeu seu nome no centenário do nascimento do poeta, em 1899. Em 1901, um monumento foi erguido com o dinheiro arrecadado pelos habitantes da cidade. Durante a Grande Guerra Patriótica, oficiais fascistas se divertiram atirando com pistolas em um poeta de bronze que morreu em um duelo. Então os nazistas enviaram o monumento para sucata. Mas os habitantes da cidade o roubaram e o esconderam em um lugar seguro. Após a guerra, eles retornaram ao seu lugar original.
“Nesta primavera, os nacionalistas locais pintaram o pedestal com uma suástica. Os serviços públicos não ousaram apagar os símbolos nazistas, cobriram o pedestal com sacos de areia. Agora o monumento está aguardando a demolição”, registra o KP.
Ao mesmo tempo, a questão de renomear a avenida está sendo resolvida em Dnipro. Alguns defendem que o novo homenageado seja o insigne primeiro-ministro britânico Boris Johnson, o rei das festinhas da Covid.
Outros pleiteiam que a avenida que, segundo eles, tem o nome “do chauvinista russo, imperialista e um dos criadores da cultura nazista russa, Pushkin”, passe a ser chamada de Avenida Stepan Bandera – aquele progromista de poloneses, judeus e soviéticos, e colaboracionista de Hitler, que o golpe de Maidan transformou em “patrono” da “nova Ucrânia”.
Observa o autor que o Pushkin de bronze, que sobreviveu durante a ocupação fascista, em breve “será destruído pelos nazistas ucranianos modernos”.
E ainda há, no “Ocidente Coletivo”, quem se espante de que os herdeiros daqueles detiveram as hordas nazistas às portas de Moscou, quebraram a espinha dorsal do monstro em Stalingrado e marcharam a Berlim para destruir a besta fera hitlerista, não hajam se esquivado ao dever de desnazificar e desmilitarizar o grotesco arremedo imposto à Ucrânia.