Presidente Diaz-Canel saúda o levante que desfechou o processo revolucionário para por fim à ditadura de Fulgêncio Batista, afirmando que a batalha de agora é o avanço no desenvolvimento econômico
“Somos muito mais do que algumas dezenas de jovens valentes contra a tirania de Fulgêncio Batista. Desde aquela data somos um povo que defende a Revolução e o socialismo como o caminho mais justo para alcançar uma sociedade mais justa para todos”, afirmou o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, durante as comemorações, nesta quarta-feira, do 26 de julho de 1953, data do assalto aos quartéis de Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, em Santiago de Cuba.
Na fortaleza histórica de Moncada, onde teve início o processo revolucionário, ao lado do líder da Revolução, general Raúl Castro Ruz, e diante de mais de dez mil convidados, Díaz-Canel apontou o exemplo deixado pela ousadia e pelo compromisso com a pátria. No local que foi quartel e hoje é museu e escola, o presidente ressaltou que está nas mãos das novas gerações manter o que foi alcançado e avançar ainda mais, enfrentando e derrotando o criminoso bloqueio imposto à Ilha pelos Estados Unidos.
Condenando o desafio imposto pelo cerco econômico, comercial e tributário, que provocou ao longo de décadas um prejuízo de centenas de bilhões de dólares, Díaz-Canel ressaltou que enquanto não for alcançado um grau de prosperidade para todos os cubanos, haverá um Moncada para ser atacado “todos os dias, todas as horas e todos os minutos”. Encarando de frente os problemas, denunciou o impacto da asfixia, mas também pediu o empenho para que se superem problemas e limitações que podem e devem ser resolvidas sem esperar pelo levantamento do bloqueio.
“Esta Revolução é uma luta constante contra o ódio: é a defesa mais apaixonada da liberdade, do amor e da felicidade. Esse também foi o ataque a Moncada”, acrescentou.
Enaltecendo o valor do 26 de julho de 1953, o presidente destacou que “as ações daquele dia foram o início do fim da última ditadura instalada em Cuba com o reconhecimento e o apoio imoral e material dos Estados Unidos”. Por isso Washington não perdoa a Revolução, explicou, porque através dela o povo cubano não permitiu que o imperialismo “quebrasse a independência nacional, a solidariedade internacional e a defesa da alternativa socialista ao capitalismo selvagem”, como pensavam que iria ocorrer após o desaparecimento físico da geração histórica.
SEGUIDORES DOS IDEAIS DE MARX, MARTÍ E FIDEL
Para Díaz-Canel, os governos estadunidenses têm se mostrado cada vez mais agressivos e intolerantes ao constatar que não há força no mundo capaz de fazer com que o povo cubano renuncie aos ideais de Marx, de José Martí e Fidel Castro, que inspiram a incansável luta pela justiça social. Em sua análise, só isso explica a gravidade do bloqueio e a atual vigência das medidas de reforço impostas pela administração de Donald Trump (2017-2021), continuadas por Joe Biden numa dimensão ainda mais nociva.
“Ao observar as manifestações de apoio e solidariedade que a nação cubana recebe de qualquer parte do planeta, temos motivos para considerar que somos afortunados, que nosso trabalho, nossa trajetória e nosso compromisso são referências”, assinalou.
Díaz-Canel denunciou cinco medidas de pressão impostas pelos EUA que se destacam por sua perversidade e nocividade para a economia e população cubana: a inclusão do país na lista de Estados supostamente patrocinadores do terrorismo; a aplicação da disposição do título III da lei Helms-Burton, que permite a ação em tribunais estadunidenses contra empresários de outros países que decidam estabelecer vínculos e investimentos em Cuba; a perseguição dos abastecimentos de combustível que a Ilha precisa adquirir; a perseguição aos serviços médicos prestados por especialistas cubanos em dezenas de nações; e a existência de uma lista de entidades cubanas com as quais os cidadãos estadunidenses estão proibidos de manter vínculos.
O presidente reiterou que a partir da determinação e do desprendimento de todo um povo, a Revolução segue avançando e ampliando apoios entre o conjunto das nações, enquanto os Estados Unidos se isolam mantendo sua hostilidade, como confirma a cada ano a rejeição generalizada da política de bloqueio por parte da comunidade internacional.