Cuba comemora hoje, 1º de janeiro de 2025, o 66º aniversário da sua Revolução, imersa na defesa do seu direito à soberania, à autodeterminação e ao desenvolvimento, enfrentando a permanente hostilidade dos Estados Unidos com seu criminoso bloqueio.
“Queridos compatriotas: agradecimentos infinitos pelo vosso heroísmo face à barbárie da guerra econômica que se trava contra nós”, manifestou Miguel Díaz-Canel, Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e Presidente da República, em mensagem nas redes sociais.
“Lembremos o ano que termina, não pelos obstáculos e carências. Vamos lembrá-lo por que todos nós – juntos – os derrotamos”, observou.
Num contexto interno marcado pela escassez de produtos imposta pelo bloqueio, limitações nos serviços, que incluíram interrupções no Sistema Elétrico Nacional, aliados às consequências de eventos meteorológicos extremos que afetaram todo o país, a nação antilhana conseguiu manter a coesão em 2024 e desenvolver ações para resolver deficiências internas e impulsionar a sua economia.
Tal esforço pôde ser realizado graças ao apoio majoritário do povo cubano ao processo de transformação iniciado em 1º de Janeiro de 1959 pelo líder histórico da Revolução, Fidel Castro, em desafio aberto aos interesses geopolíticos de Washington.
Fidel, com apenas 27 anos de idade, foi um dos principais organizadores da tentativa de assalto ao Quartel Moncada. Na madrugada de 26 de julho de 1953, 131 jovens, com idade média de 26 anos, tentaram invadir dois quartéis em uma tentativa de desencadear uma rebelião popular para derrubar a ditadura de Fulgencio Batista, apoiada pelos Estados Unidos.
A ação fracassou e dezenas desses jovens foram mortos pela ditadura. Junto com outros líderes, Fidel foi preso e submetido a um julgamento no qual optou por assumir sua própria defesa. A alegação desse julgamento é conhecida como “A História me Absolverá”, considerada o primeiro documento político da revolução que acabaria triunfando em 1959.
O ditador Batista foi forçado a renunciar em 31 de dezembro de 1958, cercado pelas forças revolucionárias. O dia 1º de janeiro de 1959 marcou o triunfo da Revolução Cubana.
POVO CUBANO NÃO RENUNCIARÁ AOS SEUS IDEAIS
Para Díaz-Canel, os governos estadunidenses têm se mostrado cada vez mais agressivos e intolerantes ao constatar que não há força no mundo capaz de fazer com que o povo cubano renuncie aos ideais de Marx, de José Martí e Fidel Castro, que inspiram a incansável luta pela justiça social. Em sua análise, só isso explica a gravidade do bloqueio e a atual vigência das medidas de reforço impostas pela administração de Donald Trump (2017-2021) e continuadas por Joe Biden numa dimensão ainda mais nociva.
“Na Cuba de hoje, ninguém precisa caminhar muito se quiser encontrar nossas heroínas e heróis: são milhões! Constituem o corpo e a alma de uma Revolução que resiste e se refaz incessantemente. Eles são de todas as cores e de todas as idades. Não pensam em medalhas ou homenagens, porque estão empenhados em fazer a vida dia após dia”, assinalou o presidente.
“Eles não pensam em perder, mas em vencer; e se alguém lhes perguntar o que estão fazendo, dirão que estão ‘na luta’, ‘na briga’, sem chorar, sem se ajoelhar, porque ao seu amado país o império mais poderoso da história está lhe negando, há mais de 60 anos, a sangue frio e com total perversidade, o seu direito ao bem-estar.
“Aí estão os nossos heróis e mártires, aqueles que, como disse José Martí, são sagrados porque serviram à pátria. E estão também os de agora, os que ainda não estão em nenhum livro: todos aqueles que colocam as mãos e a inteligência em função de Cuba; os que sabem que o trabalho é a fonte de todos os benefícios; aqueles que não renegam amargurados porque algo foi mal feito ou ficou por fazer, porque ficam absortos nas soluções; aqueles que colocam o peito e as mãos na vida e arrancam pedacinhos aos problemas, assim como o mato é arrancado da estrada.
OS HERÓIS SÃO TODOS OS QUE NÃO ACREDITAM NA DERROTA
“Esses protagonistas do heróico têm nomes e sobrenomes: são nossas crianças, sempre felizes; são seus professores, com a humildade como sinal, e cheios de luz, muitos fazendo maravilhas em recantos incríveis da geografia. São nossos operários cheios de graxa, fuligem ou lama, mas cheios de coragem enquanto limpam um poço, ou consertam uma caldeira termoelétrica, ou erguem uma torre de alta tensão ou um poste que foi derrubado por um furacão.
“São os nossos médicos, enfermeiros, cientistas, artistas e criadores; são todos os empreendedores que sonham com a ordem, a limpeza e com que as coisas funcionem bem. É a família passando a camisa da escola a qualquer custo, e ficando o tempo todo diante das panelas da casa. São os nossos jovens – aquela força sagrada do país – querendo fazer algo útil. São os nossos quadros incansáveis, aqueles que no terreno devem tomar decisões ousadas e unir vontades. Heróis são todos, absolutamente todos os que não acreditam na derrota! Eles são heróis invencíveis!
“Parabéns ao heróico povo cubano pelo 66º aniversário do triunfo da Revolução e pelo novo ano de 2025. Seguiremos em frente com unidade, a orientação firme do nosso PartidoComunista de Cuba, o legado da nossa história e a convicção de avançar até Vitória Sempre”, concluiu o presidente Miguel Díaz-Canel.