O governo de Cuba informou que está desenvolvendo uma versão pediátrica de sua vacina Soberana para crianças e jovens de 3 a 18 anos. A fase de provas dos ensaios clínicos leva pouco mais de um mês e os resultados da fase 3 serão conhecidos em breve.
O Instituto Finlay de Vacinas (IFV), desenvolvedor do imunizante Soberana 02, relatou isso no Twitter. Revelou que 350 crianças e adolescentes com a autorização dos pais, voluntários na fase I / II do ensaio clínico Soberana-Pediatria, já haviam recebido a primeira dose e que a vacina apresentava alto nível de segurança.
“Começamos com adolescentes e isso nos levou aos mais novos, já que os mais velhos demonstraram a segurança [da vacina]”, disse Meiby Rodríguez, diretora do Instituto Finlay.
O estudo começou em 14 de junho e é o primeiro autorizado na Ilha para crianças e adolescentes de três a 18 anos. Durante uma mesa redonda onde foram relatados os progressos, na quarta-feira (21), a Doutora em Ciência, Dagmar García Rivera, destacou que até o momento nenhum evento adverso importante ocorreu durante o ensaio.
Já na semana passada, o governo cubano previu que poderia começar a vacinar sua população menor em setembro, se os testes clínicos progredissem sem problemas.
Até o momento, são cinco as vacinas desenvolvidas na ilha, primeiro país da América Latina a produzir imunizantes totalmente nacionais: Soberana 01, Soberana 02, Soberana Plus, Abdala e Mambisa, além de um sexto em estudo com cientistas chineses, o Pan-Corona.
Tanto a Abdala como a Soberana 2 começaram a ser administradas em massa na população com mais de 18 anos de idade. Agora, com os anúncios de doação internacional de seringas que o país ainda não produz, a expectativa é que a campanha nacional de imunização possa avançar mais rapidamente em um momento em que a pandemia ainda não está totalmente controlada no país.
Sob embargo dos Estados Unidos desde os anos 60, Cuba começou a desenvolver suas próprias vacinas na década de 80, descobrindo em particular o primeiro imunizante contra o meningococo do tipo B. Atualmente, 80% das vacinas incluídas em seu amplo programa de imunização são fabricadas na ilha.
No caso das vacinas contra a Covid-19, ao contrário de outros imunizantes lançados no mundo, nenhuma das desenvolvidas em Cuba precisa ser armazenada em condições de frio extremo.