A Assembléia Nacional do Poder Popular deu início, dia 18, ao processo eleitoral que decidirá o substituto de Raúl Castro como diriegente cubano. Durante a votação de quarta, os 605 deputados indicaram o engenheiro Miguel Mario Díaz-Canel Bermúdez, então vice-presidente de Raúl, para a presidência do Conselho de Estado, órgão máximo do país. A indicação de Bermúdez deve ser chancelada pelo Conselho de Estado na quinta.
Bermúdez integrou as forças armadas cubanas e foi professor na Universidad Central Martha Abreu de Las Villas, em Santa Clara, tendo se formado engenheiro eletrônico em 1982. Em 2003, ocupou a secretaria do partido no estado de Holguín e alguns anos depois, em 2009, assumiu o Ministério da Educação a pedido de Raúl. Em 2012, foi eleito vice-presidente do Conselho de Ministros, e em 2013, vice-presidente do Conselho de Estado, ocasião na qual Raúl o destacou como um quadro experimentado do partido.
Sua militância teve inicio na década de 1980, na União dos jovens Comunistas (UJC). Ingressou como quadro do Partido Comunista na década posterior, quando foi eleito, em 1994, primeiro-secretário do Comitê Provincial de Villa Clara.
Bermúdez chega ao posto no momento em que “Cuba enfrenta o desafio do desenvolvimento socialista”, como afirma o documento de 2017, e o debate acerca da “Conceituação do Modelo Econômico e Social do Desenvolvimento Socialista”, formulado pelo Partido Comunista durante seu último congresso.
O novo Conselho de Estado cubano é integrado por 31 deputados, eleitos entre os 605 representantes da Assembléia Nacional. A transição no comando foi discutida intensamente durante as eleições de deputados, ocorrida em 11 de março. Além do novo Conselho, também foram eleitos, na quarta, os novos dirigentes da Assembleia.