Mal concluiu o seu processo de privatização, consolidado em julho, sob o pretexto de realizar, uma “manutenção preventiva” no Sistema Guarapiranga, a Sabesp deixou três milhões de consumidores sem água neste domingo (4), na capital e Grande SP. Bairros da zona sul foram os mais afetados, mas também alguns locais na zona oeste também foram atingidos. Na Grande SP, ficaram sem o fornecimento os municípios de Cotia, Taboão da Serra, Itapecerica da Serra e Embu das Artes. O serviço será retomado de forma gradual, informa a companhia, mas a normalização total só deve ocorrer na terça-feira (6).
“A Sabesp concluiu na madrugada desta segunda-feira (5) a manutenção preventiva realizada no Sistema Guarapiranga. A Estação de Tratamento de Água (ETA) Alto da Boa Vista (ABV), responsável pela produção de água do sistema, voltou a operar”. Mas, “a Companhia orienta aos consumidores na Região Metropolitana de São Paulo o uso consciente da água durante a recuperação do fornecimento, que teve início de forma gradual e deve ocorrer totalmente até a terça-feira (6)”, informa a companhia em sua página virtual.
A reportagem do HP conversou com algumas moradoras de Parelheiros, bairro do extremo-sul da capital que ficou sem água neste final de semana e foi uma dos mais afetadas com o apagão da Enel em novembro de 2023, que deixou milhões de clientes sem energia por mais de uma semana. Elas apontaram a privatização da Sabesp como provável causa para a falta de água.
“Justamente no final de semana, quando estamos em casa, e mais usamos a água, acontece dessas. Não poderiam fazer manutenção durante à noite?”, questiona a assistente de vendas Zélia Duarte, moradora de Parelheiros, bairro da zona sul de São Paulo. “Isso é só o começo, pois com a privatização vem mais”, alerta Zélia.
“Isso aí deve ser coisa da privatização. Tarcísio canalha!”, disse a comerciante Ana Ferreira, que teve o funcionamento do seu comércio prejudicado. “Em pleno domingo”, criticou a auxiliar de enfermagem Cristiane Azevedo. “Em bairro de burguês afeta menos. Eles têm grandes caixas de água, coleta de esgoto”, completou.
Outras intervenções “de emergência” vêm deixando a população sem água nos últimos dias. Em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, interior paulista, uma manutenção no sistema iniciada nesta segunda-feira (5), deve afetar o fornecimento de água em diversos bairros da cidade. “A Sabesp informa que está realizando nesta segunda-feira (05), uma manutenção emergencial em adutora de 450mm na Rua Martin Cabral – Centro, próxima ao Mercado Municipal, em Pindamonhangaba”, diz comunicado da empresa. “A ação acarretará na parada no fornecimento de água para 70% das ligações do município […]”. “A normalização do abastecimento está prevista para ocorrer, gradativamente, após a finalização dos trabalhos”, completa o texto.
Também em Bragança Paulista, cidade de 170.533 moradores, diversos bairros ficaram de torneiras vazias de segunda para terça-feira da semana passada em razão de ajustes no sistema de distribuição da Sabesp.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), uma das maiores empresas de saneamento do mundo, muito bem avaliada pelos consumidores, atua em 305 municípios paulistas. Leva água a 28,7 milhões de pessoas e garante coleta de esgotos a 25,5 milhões de clientes. Privatizada pelo governador Bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), em um processo recheado de irregularidades, foi comprada pela Equatorial, uma empresa de distribuição de energia sem experiência na área de saneamento. Além disso, a Equatorial é considerada a pior distribuidora de energia em atuação no Brasil.
Assim como a tramitação do processo de privatização da Sabesp nos legislativos estadual e municipal, que foi marcado por irregularidades e atropelos judiciais, a venda das ações à Equatorial se deu de forma suspeita. A empresa teria sido a única a apresentar proposta para se tornar a investidora de referência, segundo o governo.
parabéns povo de SP, eleitores do tarcisio!!! vossa BURRICE merece medalha de ouro, com louvor!!!