Estudantes e professores da Escola Estadual Caetano de Campos da Aclimação, na capital paulista, realizaram quarta-feira um ato por “justiça, terra e liberdade”, em solidariedade aos presos políticos de Curuguaty, no Paraguai.
Na oportunidade, o jornalista Leonardo Wexell Severo apresentou seu mais recente livro “Curuguaty, carnificina para um golpe” (Editora Papiro, 212 páginas), que reúne uma série de artigos publicados no HP e em sites da mídia alternativa.
A obra denuncia o cerco realizado ao acampamento por 324 policiais com fuzis, bombas, cavalos e até helicóptero, demonstrando que o massacre que se seguiu, com o assassinato de 17 pessoas, tinha por objetivo a derrubada do presidente Fernando Lugo. No dia 15 de junho de 2012, seis policiais e 11 camponeses foram mortos por franco-atiradores treinados pela CIA e pelo exército dos Estados Unidos. Os grandes conglomerados de comunicação sustentaram que houve uma “emboscada”, responsabilizando os sem-terra pelo sangue derramado e acusando o governo de ter sido cúmplice da matança. Lugo foi deposto uma semana depois.
“Neste exato momento, temos camponeses condenados a até 35 anos de prisão por lutarem pela reforma agrária em uma terra pública, por buscarem que a lei seja respeitada. O desgoverno Cartes e a mídia os tratam como terroristas e invasores, sem que tenham conseguido, apesar da manipulação, provar que os sem-terra sejam responsáveis por uma única morte, já que todos foram mortos por armas de grosso calibre, de propriedade dos militares”, afirmou Severo. Na verdade, ressaltou, “querem criminalizar todo e qualquer movimento social, por isso perseguem, intimidam e punem quem não se dobra às imposições do agronegócio e das transnacionais. Daí a importância de multiplicarmos os atos de solidariedade”, destacou.