Trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média 54,31% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, segundo Dieese
Em maio, o preço da cesta básica subiu em 11 das 17 capitais monitoradas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Segundo a pesquisa, divulgada na quinta-feira (6), o principal vilão da cesta foi o arroz. A maior variação no preço da cesta se deu no Rio Grande do Sul e o custo mais alto continua sendo em São Paulo.
Na comparação com abril, o preço do conjunto de produtos básicos na Porto Alegre recém atingida pelas chuvas subiu 3,3%. Em seguida, foram registrados aumentos nas capitais Florianópolis (2,50%), Campo Grande (2,15%) e Curitiba (2,04%).
O produto que teve maior impacto no conjunto foi o arroz, cujo preço subiu em 15 capitais, com variação de preços desde 1,05% em Recife até 16,73% em Vitória, Espírito Santo. O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro que produz cerca de 70% do arroz consumido no país e, apesar dos esforços de manutenção do abastecimento por parte do governo federal, após o desastre no estado.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou esta semana um leilão para a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado, que será distribuído por preço tabelado.
São Paulo se manteve no topo da lista de cesta mais cara do país, onde o conjunto de alimentos custava, em média R$ 826,85 em maio. Em Porto Alegre, o preço médio girava em torno de R$ 801,45, pouco acima da cesta de Florianópolis (R$ 801,03).
Na comparação anual, todas as capitais brasileiras analisadas pelo Dieese ficaram mais caras – a exceção de Goiânia, onde a variação foi de -0,05%.
Com base na cesta de São Paulo e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário-mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência de um cidadão, o Dieese estimou que o salário-mínimo em maio deveria ser de R$ 6.946,37 ou 4,92 vezes o mínimo atual de R$ 1.412,00. Além disso, quase 60% da renda de um trabalhador que recebe um salário mínimo é despendida apenas para a aquisição dos alimentos básicos.