
Em março, preço da cesta de alimentos em São Paulo foi o maior entre todas as 17 cidades pesquisadas pelo Dieese, comprometendo 63% do salário mínimo
Seguindo a tendência do início do ano, o preço médio da cesta básica voltou a crescer na maior parte das capitais em março. De acordo com a pesquisa mensal divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o conjunto de produtos que compõe a cesta subiu em 14 das 17 capitais pesquisadas entre fevereiro e março, com destaque para altas em Curitiba (+3,61%), Florianópolis (+3%), Porto Alegre (+2,85%), São Paulo (+2,35%) e Rio de Janeiro (+2,30%).
São Paulo continua figurando como a capital mais cara do país, onde a cesta básica custava em março, em média, R$ 880,72 após o aumento. Rio de Janeiro (R$ 835,50), Florianópolis (R$ 831,92) e Rio Grande do Sul (R$ 791,64) vem na sequência. Os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 569,48), João Pessoa (R$ 626,89), Recife (R$ 627,14) e Salvador (R$ 633,58), cidades onde a composição da cesta é diferente.
O preço do café continuou exercendo pressão sobre o orçamento das famílias, tendo subido em todas as capitais, com variações entre 3,92% em São Paulo e 14,48% em Belém. Em 12 meses, todas as 17 capitais também apresentaram taxas positivas, com destaque para Goiânia (134,38%), Brasília (125,29%) e Vitória (116,28%). O tomate e o leite integral também tiveram participação importante no preço da cesta em março.
O Dieese também comparou o preço da cesta entre março de 2024 e março de 2025, mostrando que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações entre 1,83%, em Porto Alegre, e 9,69%, em Fortaleza.
Trabalhador compromete mais de 60% do salário apenas com a cesta básica
Levando em conta a cesta mais cara (São Paulo) e o salário-mínimo vigente de R$ 1.518, um trabalhador remunerado pelo piso comprometeu em março 62,72% de sua renda líquida (descontada a Previdência) apenas com a cesta básica, calcula o Dieese.
Conforme estimado mensalmente pela entidade, o salário mínimo atual deveria ser de R$ 7.398,94 – ou 4,87 vezes o valor atual – para que cumprisse a determinação constitucional que estabelece que o salário deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.