Arroz, batata e tomate puxaram a queda na cesta de alimentos básicos, que ainda compromete, em média, 49,09% do salário mínimo
O preço da cesta básica diminuiu em 22 das 27 capitais brasileiras em setembro, após meses registrando aumento na maior parte do país. A pesquisa mensal com os dados, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), foi divulgada na quarta-feira (8).
As principais reduções de preços no conjunto de alimentos básicos se deu em Fortaleza (-6,31%), Palmas (-5,91%), Rio Branco (-3,16%), São Luís (-3,15%) e Teresina (-2,63%). Por outro lado, os preços subiram em Campo Grande (1,55%), Curitiba (0,38%) e Vitória (0,21%).
Em São Paulo, o preço da cesta recuou 1,01% de agosto para setembro, com preço médio de R$ 842,26 – ainda a mais cara do Brasil, apesar do recuo. Porto Alegre (R$ 811,44) e Florianópolis (R$ 811,07) seguem o ranking dos custos mais altos.
Com base na cesta mais cara, um trabalhador comprometeu, em setembro, 59,98% do salário líquido (descontada a Previdência) apenas para adquirir o conjunto básico de alimentos. Ainda de acordo com o Dieese, o valor do salário mínimo deveria ter sido de R$ 7.075,83 – ou 4,66 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00 para cumprir a determinação constitucional de que o salário deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família.
Tomate, batata, arroz e açúcar em queda
Na variação mensal, influenciaram a redução do preço médio da cesta a queda do tomate (variações entre -47,61% e -3,32%), batata (entre -21,06% e -3,54%), o arroz agulhinha e açúcar.
De acordo com o Dieese, o preço do tomate caiu em 26 cidades, favorecido pela colheita da safra nacional que abasteceu o mercado, reduzindo o preço do fruto no varejo. A colheita da safra de inverno também favoreceu a queda no preço da batata.
O preço médio do arroz agulhinha diminuiu em 25 das 27 cidades pesquisadas. O recorde de produção da safra 2024/2025 manteve elevado o excedente interno, o que pressionou as cotações para baixo, diz o Dieese. E o açúcar também teve queda nos preços pela maior produção nas usinas paulistas e pela queda dos preços externos.
Em 12 meses, a cesta básica ficou mais cara nas 17 capitais pesquisadas até então, sob influência do preço do tomate, café em pó, carne bovina e pão francês.
A parceria com a Conab permitiu ao Dieese ampliar a pesquisa de 17 para todas as capitais do país.