
Ela tem o apoio de Michelle Bolsonaro. Deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada evangélica, avaliou como decisão perigosa a disputa da ex-ministra ao Senado pelo DF. Na avaliação dele, isso pode dividir o eleitorado e fortalecer a candidata do PT: “desserviço à direita”
O líder da bancada evangélica no Congresso Nacional, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), avaliou como arriscada a decisão do Republicanos de lançar a ex-ministra Damares Alves candidata ao Senado pelo Distrito Federal, por influência da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Sóstenes afirma que candidatura é “desserviço à direita”, pois divide.
“Tendo uma candidatura do PT no Distrito Federal, e é sabido que no DF o PT tem uma base importante, esse anúncio não é uma decisão acertada nem estratégica pela direita. O que devemos fazer é unir as candidaturas do Senado. É isso que eu defendo e estou trabalhando nisso em vários Estados”, afirmou o líder evangélico.
Segundo o deputado, ele viu com surpresa o anúncio da retomada de Damares na corrida eleitoral. “O presidente Bolsonaro (PL) já anunciou uma chapa com a Flávia Arruda (PL), e essa candidatura só vai dividir a base, permitindo renascer a chance do PT”, reforçou.
A candidatura de Damares recebeu o apoio da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que compareceu à convenção do Republicanos no DF. A apresentação de duas candidaturas à Casa pela mesma coligação teve aval do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em junho deste ano.
A candidatura foi oficializada durante convenção do diretório regional do partido, em Brasília, na manhã da sexta-feira (5). Vai ser candidatura avulsa. O Republicanos vai apoiar a candidatura do atual governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).
RETOMADA A DISPUTA
Damares tinha deixado a corrida ao Senado depois de acordo fechado entre Jair Bolsonaro (PL), o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), candidato à reeleição, com apoio do chefe do Executivo federal, e o ex-governador José Roberto Arruda (PL), que vai disputar uma cadeira à Câmara Federal.
O combinado no gabinete do presidente da República, no Palácio do Planalto, foi que Damares abriria mão de concorrer às eleições para que Ibaneis disputasse a reeleição e a deputada Flávia Arruda (PL) fosse a única da base na corrida pelo Senado.
O motivo é que as ambas dividem o voto do mesmo eleitor bolsonarista.
Apesar disso, a ex-ministra ficou duas semanas fora do cenário político, mas disse que não viu nenhuma campanha realmente positiva a favor de Bolsonaro, e ninguém falando das causas em favor das crianças, dos idosos, das mulheres e das pessoas em vulnerabilidade.
“Não estamos falando de apenas uma candidatura, mas de uma luta por uma causa”, afirmou.
Ela ainda acusou os Arrudas – José Roberto Arruda (PL) e sua mulher, a deputada e ex-ministra Flávia Arruda (PL) – de traição. Segundo ela, Arruda disse que não ia pedir voto para Bolsonaro no DF.