O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), afirmou que enfrentar o governo retrógrado de Bolsonaro “exigirá uma ação mais estruturada não só da oposição, mas dos setores que defendem a nação, de segmentos mais amplos da sociedade, para preservar nossa democracia”.
Daniel Almeida lembrou os ataques à democracia pelo bolsonarismo. “Ocorreram vários momentos em que as ameaças à democracia foram muito fortes e evidentes. Ameaças de retomar o AI-5, de usar operações de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para reprimir movimentos sociais”, observou.
O líder do PCdoB fez um balanço das lutas que marcaram 2019, primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro.
“O primeiro ano de Bolsonaro tem como marca um governo de desmonte, inimigo da democracia, traidor da pátria e carrasco do povo”, disse.
“A reforma da Previdência significou uma perda de direitos muito grande para os trabalhadores. Evitamos o mal maior, a capitalização. Também barramos perdas no BPC (Benefício de Prestação Continuada), aumento no tempo de contribuição do trabalhador rural e algumas outras pequenas garantias. Mas as mudanças que foram feitas são contra os trabalhadores”.
“A Medida Provisória 905 é um arraso, veio para rasgar a CLT. Ela é muito agressiva aos direitos dos trabalhadores. Além disso, houve um desmonte da estrutura sindical brasileira”, acrescentou.
O parlamentar avaliou como positiva a atuação da bancada do PCdoB e da oposição. Ele listou fatos na Câmara em que os deputados oposicionistas atuaram com firmeza e conseguiram vitórias. “Na reforma da Previdência, por exemplo, queriam acabar com a previdência pública. No chamado pacote do Moro (pacote anticrime), queriam ter uma espécie de autorização para matar, o excludente de ilicitude, que não passou no Congresso”.
“Conseguiu-se ainda reduzir a ofensiva contra os direitos individuais e coletivos. Fizemos uma boa batalha e um bom combate. Fico muito feliz porque a Bancada do PCdoB teve muito protagonismo, especialmente a partir da atuação da Jandira (Feghali) no comando destas ações na Liderança da Minoria”, assinalou.
O líder comunista classificou Bolsonaro como “uma figura rude, grosseira, limitada intelectualmente e cognitivamente”.
O deputado considera que Bolsonaro vai se manter no mesmo rumo, “mantendo seus seguidores no campo das políticas fascistas, que estão em curso no país”. “Mantendo o eleitorado dele, raivoso e retrógrado, unificado”.
“Acho que ele vai se manter nessa trajetória. Como brigar com o próprio partido e tentar organizar uma corrente política própria, comandada pela família – que muitos afirmam ser articulada com milícias, que estão no crime organizado”, continuou.
Para Daniel, é preciso ampliar a unidade democrática para enfrentar “essas ações deletérias, reacionárias, com conteúdo fascista em muitos momentos e coloca a máquina do Estado a serviço disso”. “Nós podemos ter embates mais densos” em 2020, previu o líder da bancada do PCdoB na Câmara.
“Vamos lutar firmemente, para que 2020 seja um ano diferente. Depende de nós acreditarmos, de visualizar caminhos, de se mobilizar, da gente ir para a rua, de vir para o Plenário da Câmara. Eu vou construir nessa direção”, concluiu.
Fonte: PCdoB na Câmara