O presidente da República já faz história e deixa uma marca: a incapacidade de governar. Nesse período, o pior inimigo do governo Bolsonaro foi o próprio governo Bolsonaro. Não soube aproveitar a lua de mel com o eleitorado e ficou perdido em meio a brigas inúteis dentro do Palácio e da sua pseudo base de apoio no Congresso Nacional. Muita energia, que poderia ser produtiva, acabou sendo desperdiçada. Despreparo e foco nas coisas erradas resumem bem esses meses iniciais.
*Daniel Almeida
Não é por acaso que a popularidade presidencial se desmanchou rapidamente. Os brasileiros começaram a enxergar a verdadeira face do presidente. Cada vez que Bolsonaro se manifesta publicamente deixa as pessoas horrorizadas diante de suas ideias absurdas. Ele segue semeando o ódio e a perseguição da Oposição e da esquerda, criando inimigos imaginários em busca de aplausos nas redes sociais.
Falta respeito à democracia, à separação de poderes e à Constituição e capacidade política para dialogar e agregar parlamentares em torno de um projeto coletivo de nação. Ao que parece Bolsonaro quer governar sozinho, impondo sua agenda neoliberal, causando enormes prejuízos aos trabalhadores, aos direitos sociais e à soberania nacional. A submissão aos Estados Unidos é vexatória e a entrega do patrimônio brasileiro deve ser combatida.
As únicas ações efetivamente tomadas pelo Executivo foram em desfavor dos interesses do povo. Um exemplo é a proposta de Reforma da Previdência que quer acabar com a aposentadoria dos setores mais pobres (PEC 6/19). O objetivo é favorecer o mercado financeiro e grandes rentistas. O projeto encaminhado maltrata nosso trabalhador e obedece a lógica de retirar dos pobres para favorecer os privilégios dos ricos. O governo tenta apresentar essa reforma como a grande salvação dos problemas, mas ela não será a solução que eles tentam impor.
O mais preocupante é que Bolsonaro desconhece seu papel presidencial e talvez ele não caia na real até o final do mandato. De forma ilegal, ele passou até mesmo a perseguir organizações não governamentais, instituições e movimentos sociais. Uma das primeiras medidas foi a edição de decreto e de medida provisória para que a Secretaria Geral de Governo monitorasse ONGS e organismos internacionais.
E neste cenário desastroso, o desemprego explode, atingindo quase 13 milhões de brasileiros. A situação é caótica, mas vamos lutar em defesa da nossa Constituição, da distribuição da renda e dos trabalhadores, construindo uma ampla frente para buscar o desenvolvimento do país e fomentar o papel do Estado na indução do crescimento econômico, para que o país finalmente comece a funcionar em benefício da população. Chega de tanto retrocesso!
*Daniel Almeida é deputado federal, líder do PCdoB na Câmara e coordenador da Bancada da Bahia.
Artigo reproduzido do Portal Vermelho
Quanta mentira… pobre ja se aposenta aos 65, trabalhei no IBGE, sei como já funciona.
Chega de privilegios, funcionarios publicos já são carregados pela iniciativa privada ha decadas, chegou a hora de pagarem a sua parte.
Impressionante como aparecem sujeitos cuja credencial para dizer inverdades são “trabalhei no IBGE” ou “sou economista formado em tal universidade”, etc., etc, & tal. A programação desses robôs (humanos ou desumanos) está muito sem imaginação.
1) O problema não é a idade em que os brasileiros se aposentam hoje, mas o que é justo, ou seja, a idade em que eles querem se aposentar (p. ex.: IBOPE: só 6% dos brasileiros aprovam elevar idade de aposentadoria para 65 anos).
Ou será que aquilo que o povo acha não tem importância?
2) A reforma de Guedes e Bolsonaro é um método de matar a maioria dos trabalhadores antes que se aposentem ou um pouco depois. Nada tem a ver com corte de privilégios.
3) A reforma do Bolsonaro não é principalmente em cima dos funcionários públicos – essa reforma (aliás, injusta) já foi realizada pelo Lula e pela Dilma.
Quase todo o dinheiro que Guedes pretende tirar das aposentadorias, e desviar para o mercado financeiro, é em cima do RGPS, dos trabalhadores nas empresas privadas – e dos mais pobres entre eles.