
Levantamento ouviu 2.005 eleitores em 113 municípios do País, dias 8 e 9 de setembro
Mais da metade dos brasileiros é contra a aprovação de anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros 4 crimes correlatos.
Segundo o Datafolha, 54% dos 2.005 eleitores ouvidos pela pesquisa em 113 municípios do País rejeitam que o Congresso dê andamento à proposta que concede impunidade a Bolsonaro.
Os que defendem a anistia são 39%. Ainda segundo o levantamento, 2% se dizem indiferentes ao tema, enquanto outros 4% não souberam opinar.
8 DE JANEIRO
A pesquisa também aponta que 61% dos entrevistados rejeitam o perdão para os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. A invasão dos Três Poderes, em Brasília, soma 1.630 ações penais, com 683 condenações.
Bolsonaro é o primeiro ex-presidente brasileiro condenado por tentar dar golpe de Estado na história do Brasil, podendo ser preso em regime fechado com o fim dos recursos.
Atualmente, o chefete da extrema-direita brasileira cumpre prisão domiciliar.
CONDENAÇÃO DE BOLSONARO E MAIS 7 RÉUS
No julgamento da última semana, 4 dos 5 ministros da Primeira Turma do STF votaram pela condenação e prisão em regime fechado de todos os membros do chamado “núcleo crucial” da trama golpista.
São eles: o relator da ação, Alexandre de Moraes, e acompanharam o voto dele, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Luiz Fux votou para absolver Bolsonaro de todos os 5 crimes pelos quais foi condenado pela maioria.
Pelo voto de Fux só foram condenados o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid e o general, que está preso cautelarmente, Walter Braga Netto, ambos subalternos e comandados pelo ex-presidente.
CAMPANHA BOLSONARISTA PELA ANISTIA
A campanha pela anistia defendida pela família Bolsonaro foi abraçada pelos partidos reacionários um pouco antes do começo do julgamento e tem sido estimulada internacionalmente pela atuação de Eduardo Bolsonaro, deputado e filho do ex-presidente, no governo do aliado Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
Ao saber da condenação de Bolsonaro, Donald Trump se mostrou “surpreso” e “descontente” com a decisão do STF. “É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram”, disse ele. Marco Rubio, secretário de estado do país, bravateou uma resposta por parte dos EUA.
Até o momento, a tentativa de Eduardo de livrar o pai da prisão gerou a implementação de tarifas de 50% às exportações de produtos do Brasil aos EUA e punições a ministros do STF, principalmente Alexandre de Moraes. Inutilmente, porque o STF acaba de condenar Bolsonaro a 27 anos de 3 meses de prisão.
Em comunicado na última semana, a porta-voz da Casa Branca defendeu as sanções ao Brasil e disse não ter medo de usar o poder militar por “liberdade de expressão”.
ANISTIA NO CONGRESSO
A base bolsonarista no Congresso vai continuar, nesta semana, a tentativa de impor na pauta o projeto de lei de anistia ampla, geral e irrestrita. Nem Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, tampouco Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, concordam com esta agenda.
O presidente da CCJ do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), já avisou a Alcolumbre que não pautará o projeto no colegiado, primeira instância na Casa se a matéria fosse aprovada na Câmara.