Levantamento revelou que maioria dos eleitores não votaria em indicados pelo atual presidente, Jair Bolsonaro, e nem pelo ex-presidente Lula. Doria também dificulta vida de Bruno Covas em SP
A pesquisa Datafolha sobre a eleição para a prefeitura da capital de São Paulo, divulgada na quinta-feira (8/10), revelou também, além da intenção de votos nos candidatos, o fraco desempenho do atual presidente, Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula como padrinhos políticos dos pretendentes aos cargos.
O que mais chama a atenção é a forte rejeição dos eleitores de São Paulo a Jair Bolsonaro. Na pesquisa, 63% dos eleitores consultados disseram que não votam de jeito nenhum num candidato que Bolsonaro indicasse. Só 16% responderam que votariam com certeza num candidato apoiado por ele e 18% disseram que talvez votassem. Isso representa uma grande diferença em relação à eleição de 2018. Os eleitores dão mostras de que conhecem mais a insanidade de Bolsonaro hoje do que naquele ano.
A pesquisa revelou também que o ex-presidente Lula, que já teve forte influência no eleitorado geral, e no de São Paulo, em particular, também perdeu bastante seu poder de influir no resultado do pleito na capital paulista. O Datafolha mostra que 54% dos entrevistados responderam que não votariam de jeito nenhum num candidato sugerido ou apoiado por Lula. 21% disseram que votariam com certeza num candidato indicado por ele e 23% responderam que talvez votassem. A experiência vivida com Dilma Rousseff, que não se saiu bem em seu mandato, parece contar muito para este resultado.
Os dois candidatos apoiados por eles em São Paulo confirmam os resultados da pesquisa, que foi encomendada pela Rede Globo e pelo jornal Folha de S. Paulo. Jilmar Tatto (PT) não decolou e Celso Russomanno (Republicanos), que sempre sai na frente nas pesquisas, nem bem começou a campanha, já começa a perder fôlego. A rejeição a seu nome aumentou oito pontos percentuais logo depois do primeiro debate. Foi durante o debate que ele anunciou o apoio de Bolsonaro.
A pesquisa revelou também que Bruno Covas (PSDB) não terá uma ajuda significativa do governador João Doria para sua eleição. A rejeição a uma indicação do governador também é alta. Entre os entrevistados, 11% votariam com certeza num candidato indicado por Doria e 25% disseram que talvez votassem. 60% responderam que não votariam de jeito nenhum. A pesquisa ouviu 1.092 eleitores na cidade de São Paulo com 16 anos ou mais nos dias 5 e 6 de outubro.