De férias nos EUA, Tarcísio manda população de SP economizar água

Bajulador de Trump, Tarcísio foi passar o fim de ano nos EUA - Foto: Divulgação

Governador ignora que milhões de pessoas sofrem com racionamento da privatizada Sabesp em meio à onda de calor recorde

Enquanto bairros inteiros da capital paulista e da Grande São Paulo enfrentam dias seguidos sem abastecimento, o governo Tarcísio de Freitas, que privatizou a Sabesp, passou a cobrar da população economia no consumo de água.

O governador exige “uma redução imediata do consumo” pela população carente, que sofre com as maiores temperaturas já registradas para um mês de dezembro na história, a agora privatizada Sabesp, corta a água em praticamente todas as regiões da cidade.

Vale ressaltar que Tarcísio encontra-se de férias nos Estados Unidos, onde não constatamos que há falta de água neste fim de ano.  

Em São Paulo a situação é diferente. Há diversas regiões onde a água simplesmente não chega às torneiras, como em Quintaúna, em Osasco, e em áreas das zonas Sul, Norte, Oeste e Leste de São Paulo, além do centro da capital. A privatizada Sabesp alega que a água não chega nas regiões mais altas da cidade devido a um excesso de consumo, que teria aumentado incríveis 60% nas regiões mais baixas.

O aumento recorde de consumo relatado pela Sabesp não condiz com a realidade da população, que passa calor e raiva com a falta de abastecimento.

No bairro Quintaúna, moradores relatam que estão há dias sem água e afirmam que não obtêm qualquer retorno ao entrar em contato com a Sabesp. Sem abastecimento desde terça-feira, famílias atravessaram o Natal sem conseguir lavar louça ou tomar banho. Situação semelhante ocorre na Chácara Santana, onde o desabastecimento já dura sete dias. Para beber e cozinhar, moradores precisaram recorrer à compra de água engarrafada.

O impacto também atinge o comércio local. “Estou já quatro dias sem trabalhar”, afirma Jair de Nardi, dono de uma pizzaria. “Como a gente vai ganhar o pão sem a água?”, questiona. A paralisação forçada escancara os prejuízos causados pela interrupção do serviço essencial.

TARCÍSIO MENTE

A crise de falta de água em São Paulo contrasta com a promessa feita por Tarcísio de Freitas em 21 de outubro de 2024, quando afirmou que “não vai ter apagão da água em São Paulo depois da privatização da Sabesp”.

Na ocasião, ele comparou o processo conduzido em seu governo com a privatização da Enel e insistiu que “não vai ter apagão da água, coisa nenhuma”, atribuindo críticas ao desconhecimento do setor de saneamento.

Meses depois, diante de estiagem prolongada e da queda nos níveis dos reservatórios que abastecem a capital e a Região Metropolitana, o governador passou a defender a redução do consumo. Segundo dados do monitoramento hídrico, os principais sistemas operam abaixo do esperado para o período, com alguns em níveis próximos ou inferiores a 30% da capacidade. “Todos precisam fazer sua parte. É importante que a população utilize com consciência”, afirmou Tarcísio, reconhecendo que as obras em curso não são suficientes para resolver o problema no curto prazo. “Há obras em curso, ligação de bacias, mas isso não basta. O que pudermos economizar será importante”, disse.

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