“Houve um revés para o agregado da indústria nacional, ao passar de um resultado de +0,4% no 2º sem/22 para -0,4%”, aponta Iedi
No acumulado dos cinco meses deste ano, 11 dos 18 parques regionais industriais apresentaram resultados negativos em suas produções, acompanhando o baixo desempenho da indústria nacional, que marcou queda de -0,4% no período. Os números são da Pesquisa Industrial Mensal Regional, que foram divulgados nesta quinta-feira (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com a produção e o consumo de bens e serviços asfixiados pelo arrocho monetário do Banco Central (BC), apresentaram retrações em suas produções nos cinco primeiros meses do ano: Rio Grande do Sul (-6,4%), São Paulo (-1,8%), Santa Catarina (-4,5%), Ceará (-4,4%), Região Nordeste (-4,0%), Bahia (-3,7%), Pernambuco (-2,1%), Espírito Santo (-1,7%), Mato Grosso (-1,6%), Goiás (-1,3%) e Maranhão (-0,6%).
Em maio deste ano, 10 dos 15 parques regionais industriais fecharam com variações positivas, quando a produção industrial nacional apresentou estagnação ao variar em alta de apenas 0,3% frente a abril, mês em que recuou -0,6%.
Como registrou a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), ainda que a produção industrial tenha variado positivamente em 0,3%, “esse resultado no mês foi puxado pela indústria extrativa (+1,2%), dado que a indústria de transformação apresentou leve queda (-0,1%)”.
A entidade da indústria apontou as consequências das elevadas taxas de juros impostas pelo Banco Central. “A despeito do crescimento observado em maio, puxado pela indústria extrativa, uma expansão mais forte do setor industrial vem sendo limitada por um balanço de forças desfavorável. Destaca-se o patamar elevado da taxa de juros, com implicações sobre endividamento das empresas e das famílias”, destacou a Fiesp ao analisar o resultado da produção industrial nacional em maio.
Na passagem de abril para maio, São Paulo, que possui o maior parque industrial do país, registrou alta de 2,9% depois de dois meses seguidos de resultados ruins (queda de -0,2% em abril e alta de +0,2% em março). No acumulado do ano até maio, a produção paulista está -1,8% abaixo do pico registrado para o mesmo período do ano passado. Já na comparação anual (maio de 2023 contra maio de 2022), o recuo é de -2,6%.
Ao analisar os dados da indústria regional, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destaca que, na indústria de São Paulo, “61% de seus ramos perderam produção no acumulado de jan-mai/23, com destaque para equipamentos de informática, extrativa e minerais não metálicos”. O Iedi observa ainda que “na indústria gaúcha o recuo foi ainda mais difundido: 73% de seus ramos no vermelho, sobretudo, derivados de petróleo, metalurgia e produtos de metal. No Mato Grosso, 57% dos ramos caíram”.
O instituto também apontou que o Rio de Janeiro, ao registrar a alta de 2,8% no acumulado do ano, “também perdeu força, mas não o suficiente para colocá-lo no negativo”. “Apesar disso, o bimestre abr-mai/23 (-0,6%) sinaliza uma deterioração mais forte”.
Neste período ainda, apenas quatro parques regionais – Amazonas (+10,4%), Minas Gerais (+6,2%) Pará (+5,2%) e Paraná (+0,7%) – voltaram a crescer ou cresceram mais intensamente “compensando, ao menos em parte, o enfraquecimento da indústria nas quatro localidades anteriormente mencionadas”, observou o Iedi.
“Por fim, quase metade das indústrias regionais estava no negativo na segunda metade de 2022 e assim seguiram em jan-mai/23, por mais que tenha havido alguma melhora em alguns casos. Ao todo, foram 7 parques nessa situação, em geral, concentrados na região Nordeste (-5,1% e -4,0%, respectivamente), como Ceará, Pernambuco e Bahia”, ressaltou o Instituto.