Debate de alto nível na União Europeia: ‘pequeno Mussolini’ x ‘lave sua boca’

Matteo Salvini, ministro do Interior da Itália foi chamado de 'pequeno Mussolini por Jean Asselborn, que teve que ouvir, "lave sua boca".(Reuters)

Nada como uma conversa civilizada de ‘Primeiro Mundo’, como a registrada pelas agências internacionais, na semana passada, em que uma troca de opiniões entre o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, e o chanceler de Luxemburgo, Jean Asselborn, sobre imigração e União Europeia, foi resumida, de parte a parte, com uma sonora troca de elogios: “Pequeno Mussolini” (para o líder da Liga), versus “Lave sua boca” (a Asselborn, em resposta).

Enquanto batem boca, uns pró e outros contra ajudar os refugiados, os governos da União Europeia, xenofobia e antixenofobia à parte, tratam de empurrar os sobreviventes do Mediterrâneo para o porto mais longe possível e a “campeã dos imigrantes”, Frau Merkel, anda inaugurando novos campos de concentração.
Já quanto a Luxemburgo, ali, como se sabe, sempre houve uma grande preocupação com refugiados, especialmente aqueles que recorreram aos préstimos e notável expertise do Grão-Ducado, não para se safar do Mar Mediterrâneo inclemente, mas da tributação ou meramente para desfrutar o melhor da evasão fiscal e da omertá sobre dinheiro de DNA não-sabido.

Mas foi a edição espanhola do Huff Post, que captou o fecho apoteótico do polido intercâmbio de posições, com Salvini dizendo que o envelhecimento da população e a queda da natalidade na Europa não justificavam a chegada de milhares de imigrantes à UE e menos ainda à Itália. “Não necessitamos ter novos escravos para substituir os filhos que não temos”, o que talvez “não fosse” o caso de Luxemburgo, sugeriu.
Aí a paciência de Asselborn acabou e, depois de lembrar a histórica imigração italiana devido à pobreza então do país, jogando na mesa as auriculares da tradução simultânea, encerrou o circunlóquio com um “vai à merda!” antirregimental.
E os refugiados continuam se afogando às dezenas, sob as vistas de governos europeus pró e contra, depois que as guerras contra a Líbia e contra a Síria [coonestadas por esses mesmos governos europeus], mais o arrocho salva-bancos pós-crash de 2008, seguem empurrando diariamente, para o Mar Mediterrâneo, milhares e mais milhares de despossuídos.

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