As Centrais Sindicais reagiram à decisão do Banco Central (BC), que manteve a taxa básica de juros em 13,75%, contrariando a vontade de todos os setores sociais do país, que clamam pela imediata queda dos juros.
Em nota, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que “a decisão do Copom (Comitê Política Econômica) é um desastre para a economia brasileira”. “Infelizmente, o Brasil continua com uma das maiores taxas de juros do mundo. O aperto monetário do Banco Central está asfixiando não só a atividade econômica e a indústria, mas também o consumo das famílias, a produção e a geração de novos postos de trabalho”, diz a nota da central.
Afirmando que o movimento sindical brasileiro quer que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza urgentemente a taxa básica de juros, a Força Sindical exorta que o BC, a quem o Copom é subordinado, “reduza urgentemente a taxa básica de juros”.
“Os trabalhadores cobram agilidade e reduções eficazes dos juros para facilitar o crescimento da economia e para reduzir a dívida pública, estimular a produção industrial – que se encontra estagnada –, aumentar o consumo e gerar empregos de qualidade”, afirma Miguel Torres.
Também em nota, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) se manifestou, afirmando que “a autonomia do Banco Central e a manutenção de Roberto Campos Neto, um agente do então governo Bolsonaro, como presidente dessa instituição essencial à regulação macroeconômica, beneficiam a minoria de especuladores e rentistas, em prejuízo da classe trabalhadora, quem produz, comercializa, presta serviços, enfim, da maioria da população, que não aguenta as altas taxas de juros praticadas do Brasil”.
“Não há porque manter a taxa de juros nesse patamar elevado. A inflação está sob controle, a valorização do Real perante o dólar é uma realidade, o governo atua em todas as frentes para reconstruir o Brasil, mas o Banco Central tem agido como um poder à parte, na contramão da vontade da maioria da população e dos poderes constitucionais e das reais necessidades de um país em reconstrução”, prossegue a CUT.
“A CUT em unidade com as demais Centrais Sindicais foram para as portas do Banco Central, em capitais em todo o país, nesta quarta-feira (20), denunciar os juros extorsivos e pressionar pela redução da taxa. Com a injustificável e inaceitável manutenção da Selic, a pressão agora será sobre o Senado, para que retire da presidência do Banco Central um homem que, deliberadamente, prejudica o Brasil, que faz oposição ao governo a partir de uma instituição essencial para o crescimento econômico sustentável do país, com geração de emprego e renda”, diz a nota.
Para a UGT, “é um absurdo o Banco Central adotar políticas que travem o desenvolvimento do país, pois a taxa de juros em dois dígitos, desde fevereiro de 2022, vem trazendo graves consequências para o Brasil”.
A central afirma que “a população já não suporta mais a desculpa adotada para manter essa política pífia, que é o controle da inflação. Um pretexto injustificável diante dos indicadores econômicos que, há meses, apontam uma estagnação severa da economia com picos de deflação”.
“O brasileiro e a brasileira estão endividados, os (as) empresários (as) não estão investindo, lojas estão fechando com estoques cheios, mesmo assim o Banco Central insiste com essa política nefasta. É preciso dar um basta e rever essa condição imediatamente”, diz a UGT.
Segundo o vice-presidente da CTB, Rene Vicente, “nós que defendemos um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda visando combater essa brutal desigualdade no país, não podemos admitir uma taxa de juros que causa o desemprego e afoga a reindustrialização do país”.