
Após deixar a reunião no Palácio do Alvorada com Jair Bolsonaro, neste domingo (24), o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), engrossou o coro dos ataques de bolsonaristas ao Congresso Nacional e ao presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia.
“Nosso presidente está certo e também convicto de suas atitudes”, disse o Major Vitor Hugo. Ele não citou nominalmente a “velha política”, expressão criticada por Maia na troca de acusações com Bolsonaro, mas disse que é “preciso mudar essa situação”.
“Temos a possibilidade de escolher de que lado estar… Somos todos a nova política”, completou Vitor Hugo, no grupo de Whatsapp do PSL. O deputado encaminhou, em seguida, duas postagens com charges ridicularizando negociações de cargos nos governos anteriores.
Parlamentares rebateram o discurso da “nova política” de Bolsonaro afirmando que ele critica publicamente a atuação política dos deputados, mas, por baixo dos panos, oferece cargos e chantageia em troca de votos para concretizar seu plano de destruir a Previdência Social.
O deputado Domingos Neto, do PSD, coordenador da bancada do Ceará no Congresso, foi um dos que denunciou os subornos do governo que, segundo ele, só se diferencia dos outros porque exige recibo.
“Estão exigindo que os deputados assinem um documento ligando as indicações ao compromisso com a reforma da Previdência”, denunciou. “Ninguém vai assinar nada”, acrescentou Neto.
“Ninguém vai se comprometer com um tema tão sensível como esse em troca de cargo. Não aceitaremos ‘toma lá, dá cá’”, complementou o parlamentar. Bancadas de outros estados estão indo na mesma direção. É o caso de Alagoas e Paraná.
Rodrigo Maia já havia anunciado seu afastamento da articulação pela aprovação da reforma da Previdência e alertou para “a atitude de desrespeito do governo com o parlamento. Agora, que o líder do governo saiu do encontro com Bolsonaro reafirmando que “o presidente está certo e que vai seguir dessa forma”, o circo no Congresso vai pegar fogo.
O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, foi outro membro do governo a botar fogo na crise. Ele jogou mais gasolina na discussão. O economista acusou os deputados de interesseiros. “Eles acham que seus pedidos não estão sendo atendidos e não se mostram dispostos. Vão ter que se explicar com a população”, acusou. Cintra convocou seus seguidores a pressionar os deputados pela aprovação da reforma da Previdência.
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