Cálculo do Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) aponta que a defasagem da tabela do Imposto de Renda (IR) já alcançou 154,49%.
A entidade considerou a inflação do último período, anunciada no último dia 10 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, que chegou a 4,84% e leva em consideração os resíduos acumulados desde 1996, quando terminou o reajuste automático da tabela. Os alimentos e a gasolina foram os principais elementos a alavancar a inflação.
De acordo com o Sindifisco, se a tabela fosse corrigida em sua totalidade, somente seriam tributados os contribuintes com renda mensal superior a R$ 5.136,81. Neste cenário, apenas pessoas que têm rendimentos mensais acima de R$12.764,13 contribuiriam com a alíquota máxima de 27,5%.
Conforme a entidade, o reajuste integral da tabela progressiva traria, aproximadamente, 15,3 milhões de declarantes para a faixa de isenção, ou seja, mais que o dobro do atual. Atualmente, quem recebe acima de R$ 2.824,00, pouco menos de dois salários mínimos, deve pagar o imposto de renda. Quem recebe acima de R$ 4.664,68 pagará a alíquota máxima de 27.50%.
Uma simulação elaborada pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) aponta que a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês, promessa de campanha de Lula e apresentada pelo ministro Fernando Haddad como “balança” para o ajuste fiscal, poderia alcançar cerca de 28 milhões de brasileiros se fosse aplicada já em 2025.