Informação foi confirmada pela assessoria da relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Outro que pode aderir a esse procedimento é o tenente-coronel Mauro Cid
A CPMI do Golpe, em funcionamento no Congresso Nacional, foi procurada nesta semana pelo advogado do hacker Walter Delgatti Neto em busca de acordo de colaboração premiada. Parecer da Advocacia do Senado já deu aval para que haja essa possibilidade.
Integrantes da CPI afirmam que Ariovaldo Moreira, defensor de Delgatti, teria sinalizado que o cliente poderia fornecer mais informações para as investigações e gostaria do apoio da comissão em busca do alívio de futuras penas.
A assessoria de comunicação da relatora da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), senadora Eliziane Gama (PSD-MA), confirmou que no passado a defesa de Delgatti já havia tocado no assunto, informalmente, mas que agora houve contato oficial do advogado Ariovaldo Moreira, que defende o hacker, com a secretaria da CPMI.
O teor da conversa que o advogado teve na comissão, contudo, ainda não foi informado.
O contato de Ariovaldo com a CPMI foi possibilitado após a advocacia do Senado emitir parecer em que atesta que o colegiado tem, sim, poder para fechar acordos de colaboração premiada, desde que haja supervisão do Ministério Público e homologação da Justiça.
OUTROS ACORDOS
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), já manifestou interesse da comissão em propor acordo de delação a outro alvo das investigações, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
No entanto, a PF (Polícia Federal) já está em tratativas com o militar que, na quinta-feira (31), prestou depoimento de 12 horas à corporação. Esta quinta-feira foi espécie de “Dia D”, no qual foram ouvidos, ao mesmo tempo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a mulher, Michelle Bolsonaro, o advogado Frederick Wassef e outros ex-assessores do ex-presidente.
LONGOS DEPOIMENTOS
Em três dias, o tenente-coronel Mauro Cid já prestou 24 horas de depoimento aos investigadores da PF.
Na sexta-feira passada (25), o militar ficou 2 horas na sede da PF. Houve queda no sistema e Cid foi chamado para continuar o depoimento na segunda-feira (28), quando ficou por 10 horas prestando informações à polícia.
No terceiro depoimento, em uma semana, na quinta-feira (31), foi o dia mais longo: 12 horas. Cid chegou às 9h16 na PF de Brasília e só deixou a sede por volta das 21h.
ANÁLISE DOS FATOS
O “ex-faz-tudo” de Bolsonaro percebeu que ele e o pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, seriam descartados e deixados pelo caminho, como o ex-presidente fez com todos os outros aliados que caíram em desgraça.
Diante deste fato, a pressão da família para que o tenente-coronel Cid não saia dessa patranha comandada pelo ex-chefe do Executivo com toda a responsabilidade e, ainda, a colaboração no inquérito na PF, pode levar o “ex-faz-tudo” a, também, contribuir com as investigações na CPI do Golpe.
M. V.