
“MP-SP em um primeiro momento tinha uma visão sobre os fatos, e depois me parece que mudou, não se sabe o porquê, mudou completamente a leitura do processo”, diz advogado
A defesa do jornalista Luan Araújo, que foi perseguido pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) armada nas ruas de São Paulo, chamou de “tremenda desumanidade” o pedido de condenação feito pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que aderiu à posição da bolsonarista, contra ele.
Renan Bohus, advogado de Luan, disse ao UOL News que Luan está “novamente sendo perseguido”.
O promotor Roberto Bacal, do MP-SP, pediu a condenação de Luan Araújo por injúria e difamação por, supostamente, ter xingado Zambelli na véspera do segundo turno das eleições de 2022 e em uma matéria que escreveu.
A defesa do jornalista comentou que “ele já foi perseguido por essa senhora e mais dois comparsas nesse trágico dia. O Luan até hoje sofre abalo emocional, tem diversas crises de ansiedade em decorrência desse fato, ou seja, tem consequências graves. E novamente o Luan é perseguido porque no exercício da sua profissão, ele profere algumas falas, mas não contra ela, mas numa forma que ela tem de pensar”.
Carla Zambelli está respondendo no Supremo Tribunal Federal (STF) por ter sacado e apontado uma arma para Luan Araújo nas ruas de São Paulo após uma discussão.
Ela disse ao Tribunal que sacou a arma por ter ouvido um tiro. No entanto, ela já havia sacado seu revólver antes do primeiro tiro, que foi dado por um de seus seguranças.
Em um artigo publicado em 2023, entitulado “Perca ou não o mandato, o mal que Zambelli me fez segue impune”, Araújo comentou o caso e disse que ela “segue uma seita de doentes de extrema-direita” que “segue cometendo atrocidades atrás de atrocidades”.
Carla Zambelli então entrou com um processo por difamação. O Ministério Público de São Paulo avaliou, em um primeiro momento, que Luan não havia cometido nenhum crime.
Depois que ele se recusou a fazer um acordo com a deputada bolsonarista, o MP-SP mudou de posição e passou a pedir sua condenação.
Para a defesa do jornalista, “é uma tremenda desumanidade contra o Luan. A defesa fica estarrecida com esse processo e principalmente com a conduta do Ministério Público, que em um primeiro momento tinha uma visão sobre os fatos, e depois me parece que mudou, não se sabe o porquê, mudou completamente a leitura do processo”.
O promotor Roberto Bacal chegou a dizer que Luan Araújo é que provocou a discussão com Zambelli. No STF, a votação para manter a deputada como ré por por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo encerrou em 9 votos contra 1.