
O ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira, enviou um ofício, classificado como “urgentíssimo”, para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo os códigos-fontes usados no sistema eletrônico de votação.
Os códigos-fontes já foram disponibilizados pelo TSE para análise em outubro de 2021, como etapa obrigatória da realização das eleições.
O ofício do Ministério da Defesa chegou ao TSE na segunda-feira (2) e diz que a resposta deve ser realizada em até 10 dias, “haja vista o exíguo tempo disponível até o dia da votação”.
“Solicito a Vossa Excelência a disponibilização dos códigos-fontes dos sistemas eleitorais, mais especificamente do Sistema de Apuração (SA), do Sistema de Votação (VOTA), do Sistema de Logs de aplicações SA e VOTA e do Sistema de Totalização (SisTot), que serão utilizados no processo eleitoral”, diz o ofício.
Outro documento enviado pela Defesa ao TSE no mesmo dia cobra resposta pelas “informações técnicas preparatórias” que foram solicitadas e ainda diz que a demora pode “prejudicar o desenvolvimento dos trabalhos da supracitada equipe quanto ao cumprimento das etapas de fiscalização”.
O Ministério da Defesa foi convidado pelo TSE a participar da realização das eleições e teve suas sugestões avaliadas e, em maior parte, acatadas pelo Tribunal.
Para além disso, o Ministério e o ministro Paulo Sérgio Nogueira estão sendo usados pelo governo de Jair Bolsonaro como instrumento para tumultuar as eleições.
O Ministério elaborou um plano com oito etapas para acompanhar o processo eleitoral e “questionar procedimentos”.
Segundo Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, “estamos com plano de ação para cada uma dessas oito fases, para que, na hora da fase propriamente dita, por exemplo, na lacração do sistema, estejamos presentes para perguntar, verificar, questionar os procedimentos e propor alguma coisa”.
O ministro chegou a sugerir “auditoria posterior” dos processos.
Enquanto o Ministério da Defesa tenta tumultuar o processo eleitoral, Jair Bolsonaro divulga fake news sobre o sistema eletrônico de votação. Na reunião que realizou com embaixadores, voltou a falar que as eleições de 2014 e 2018 foram fraudadas, mesmo que todas as “provas” que ele apresenta não mostrem nada disso.