“Ditadura fiscal” e juros altos em vigor destruíram a indústria e ameaçam futuro do país
Apesar de muita luta, o Brasil, infelizmente, acatou, no final dos anos 80, o chamado “Consenso de Washington”, instrumento usado pelas grandes potências imperialistas para destruir as fronteiras das nações emergentes, ocupar seus mercados, interromper seu desenvolvimento e se apoderar de suas riquezas.
ECONOMIA MAIOR QUE A DA CHINA
Há 40 anos, o Brasil tinha uma economia maior que a da China e dos Tigres Asiáticos somadas, sua indústria correspondia a 30% do PIB (Produto Interno Bruto). Hoje, a indústria não chega a 11% do PIB e a economia chinesa – que recusou o “consenso imposto pela Casa Branca” – é dez vezes maior do que a brasileira. O Brasil voltou a ser um exportador de commodities.
Além da desmontagem dos instrumentos públicos de planejamento, da venda criminosa do patrimônio da nação, em grande parte para o capital estrangeiro – mais de 100 estatais foram vendidas desde Collor e FHC -, foram criados mecanismos institucionais – e até constitucionais – que privilegiam intensa e criminosamente a especulação financeira em detrimento da produção, do consumo e dos investimentos públicos.
O mais conhecido desses instrumentos foi o chamado “tripé macroeconômico”, que consiste na implantação do câmbio flutuante e na criação de metas de inflação e metas fiscais, um ferrolho imposto aos países da periferia para desviar seus recursos para os bancos. É um instrumento fatídico que está desviando mais de 800 bilhões de reais do orçamento todos os anos para os bancos. O “tripé” estrangula o Brasil desde a sua criação e deve ser enterrado o mais rapidamente possível.
CRESCIMENTO DE 7% AO ANO
O país, que havia crescido a uma média de 7% ao ano durante 50 anos, de 1930 a 1980, trocou as grandes metas de desenvolvimento, os planos de progresso e bem-estar de seu povo, como os que foram conduzidos por Getúlio e Juscelino, por “metas fiscais” e “metas de inflação” que só fizeram estrangular a economia brasileira.
Assumir o Consenso de Washington representou um retorno à visão tacanha, que imperou na República Velha, de que o país não podia gastar mais do arrecadasse. Uma visão típica das oligarquias rurais anti-indústria, que imperou no início do século XX , e que Getúlio combateu e derrotou. Foi essa velharia que Washington impôs de novo ao Brasil com a farsa do discurso neoliberal iniciado nos anos 90.
Junto com as “metas” de arrombamento das economias e destruição de seus Estados nacionais, estabelecidas pelos magnatas de Wall Street, vieram a valorização artificial do câmbio, em 1994, que provocou a inundação de produtos importados e a destruição da indústria nacional. Ao mesmo tempo, toda e qualquer proteção à produção interna e às indústrias brasileiras passou a ser literalmente proibida. As tarifas alfandegárias praticamente deixaram de existir.
ARROMBAMENTO DO MERCADO NACIONAL
O resultado desse arrombamento do nosso mercado foi que a indústria encolheu, os empregos desapareceram e o país empobreceu. A “solução” apresentada pelos falsários do neoliberalismo para enfrentar sua crise foi jogar os juros na lua, ou mantê-los em órbita permanente, com o objetivo de atrair o “dólar vagabundo” e cobrir o rombo criado com a destruição da produção interna.
Em que pese alguns momentos em que se enfrentou, mesmo que de forma insuficiente, essa política – governo Itamar, segundo mandato de Lula e primeiro de Dilma – a essência do Consenso de Washington se mantém em vigor até hoje no Brasil.
O país está submetido a uma ditadura fiscal sufocante e com uma política crônica de juros altos que impede o desenvolvimento nacional. Neste terceiro mandato de Lula, essa é a mudança fundamental a ser feita no país. Romper com o Consenso de Washington e com a ditadura fiscal, reduzir os juros, retomar os investimentos públicos e melhorar a vida e o poder de compra dos trabalhadores.
GRANDES METAS
Temos que voltar a ter grandes metas no país. Não as metas retrógradas de “déficit zero” ou de “superávits primários”, apregoadas pelo Ministério da Fazenda e por seus seguidores. Essas “metas” não têm nada de modernas. Elas foram criadas pelo “barões” da República Velha e os positivistas, sendo superadas há quase um século.
É urgente trocarmos essas metas neoliberais mofadas, reacionárias e ultrapassadas pelas grandes metas de desenvolvimento e de progresso que o país precisa e clama. Está passando da hora de jogar logo o neoliberalismo no lixo e abraçar a meta de Lula de fazer “40 anos em 4”, anunciada por ele em sua campanha eleitoral.
SÉRGIO CRUZ
Por incrível que pareça, o fascista Geisel, tinha maís compromisso com a NAÇÃO BRASILEIRA que os servos subservientes do Império Estadunidense que mandaram em nossa economia a partir das década de 1990. Mataram o PND2 e nunca foi lançado o 3o. Plano Nacional de Desenvolvimento. Hoje, nos é reservado o papel de esportador de pedras, grãos, etc.