O delegado da Polícia Federal Fábio Alvarez Shor relatou ter sofrido “uma onda de ataques em massa” e “recados de intimidação” por conta de sua atuação nos inquéritos que investigam os crimes de Jair Bolsonaro.
Em setembro, ele prestou depoimento sobre as intimidações, ao qual o portal de notícias Metrópoles teve acesso.
Fábio contou que, em julho, “pessoas ainda não identificadas colocaram um boneco, em forma de macaco, na parte traseira” do veículo dele, que estava estacionado do lado de fora de sua casa.
O delegado da Polícia Federal vê o caso como um “recado de intimidação”, no qual os bolsonaristas demonstraram que sabem onde ele mora. O agente tem usado carro blindado.
Além disso, Fábio Alvarez Shor passou a sofrer “uma onda de ataques em massa” nas redes sociais.
Perfis bolsonaristas se mobilizaram para encontrar fotos e documentos do delegado da Polícia Federal, e um deles reclamou: “você acha uma foto da Michelle Obama grávida, mas não acha uma do Fábio Shor”.
Um criminoso publicou a carteira de identificação de Fabio emitida pelo Detran do Rio de Janeiro.
O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) fez um discurso na Câmara segurando uma foto de Fabio Shor acusando-o de fraudar relatórios contra os golpistas. A Polícia Federal indiciou o deputado bolsonarista pelos crimes de calúnia e difamação.
O filho de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, também expos fotos de Fabio.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, contou que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) publicou nas redes sociais fotos da filha de 5 anos e da esposa de um agente da corporação que participava de investigações sobre atos golpistas. A publicação tinha como legenda: “Procura-se vivo ou morto”.
Esse caso foi um dos que levou à suspensão dos serviços do X (antigo Twitter) no Brasil, uma vez que a rede social optou por proteger os criminosos e não tirar do ar as ameaças e exposições contra agentes da PF.
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