
As articulações em prol de uma fusão entre PSL e DEM, que já recebeu sinal verde das cúpulas de ambos os partidos, estão avançadas. As legendas marcaram a primeira reunião tendo o anúncio da união como pauta na próxima terça-feira, dia 21 de setembro.
O novo partido, que ainda não tem nome, nasce como a maior bancada na Câmara dos Deputados. Atualmente, o PSL conta 53 deputados e o DEM 28 deputados. Segundo interlocutores dos presidentes Luciano Bivar (PSL) e ACM Neto (DEM), a meta é ter candidato à presidência da República.
O foco seria formatar um partido de Centro e construir uma candidatura na disputa do ano que vem à Presidência, que se apresente como alternativa à polarização entre Jair Bolsonaro (ainda sem partido) e Lula (PT). O nome mais cotado, hoje, é do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM).
As duas legendas entram na disputa com um trunfo valioso: o tempo da propaganda eleitoral na TV, que constitui um alto cacife para negociação no campo da “terceira via”.
Há obstáculos a superar, entretanto. A fusão esbarra em divergências locais em Estados como Rio, São Paulo, Espírito Santo e Pernambuco. O comando de diretórios estaduais e o alinhamento nacional da futura sigla em 2022 também geram impasses na Paraíba, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.
O DEM tem dois ministros no governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Tereza Cristina (Agricultura), que deverão deixar o novo partido caso o grupo lance candidato ao Planalto.
Recentemente os dois partidos assinaram nota conjunta repudiando os discursos de Bolsonaro, no 7 de setembro, ofendendo e desacatando o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de “canalha” e esbravejou que não mais cumpriria “qualquer decisão” do magistrado, em discurso na Avenida Paulista (SP).
“Repudiamos com veemência o discurso do senhor presidente da República ao insurgir-se contra as instituições de nosso país”, enfatiza a nota conjunta.