“A receita é simples: enxuga, desmonta e privatiza”
O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) repudiou o plano de demissões na Sabesp anunciado pelo governo de São Paulo nesta sexta-feira (12), que deverá atingir cerca de 2 mil funcionários da empresa.
Para o presidente do Sindicato, José Faggian, a proposta de “demissão incentivada” (PDI) é parte de uma política de sucateamento da empresa praticada pelo governo para depois entregá-la à iniciativa privada. “A receita é simples: enxuga, desmonta e privatiza”, denunciou.
“Com a velha desculpa de que a empresa precisa acompanhar as mudanças do processo produtivo, o governador forasteiro disfarça o real objetivo de seu projeto com esse PDI, que é a privatização da empresa”, destaca.
“Sem debate, apenas informe à categoria e ao Sindicato, a medida apresentada escamoteia diversas questões que são de extrema importância para uma empresa do porte da Sabesp. Sob o discurso falacioso da eficiência, esse PDI tem como propósito reduzir o quadro de trabalhadores. Mas, que eficiência é essa?”, questionou a direção do Sintaema.
“No momento em que lutamos pelo fortalecimento da empresa, pela realização urgente de concursos públicos, pela melhoria da qualidade dos serviços prestados à população, pela garantia de segurança e saúde da categoria, contra o desastre que são os contratos com as empreiteiras, o que oferta o governador privatista? A redução do quadro de funcionários sem citar nenhuma dessas pautas que são muito mais urgentes”.
O sindicato afirma que é um erro a Sabesp falar em PDI após o anúncio bilionário de lucro em 2022 – R$ 3.121,3 bilhões – e depois de computar lucro, no primeiro trimestre deste ano, acima das expectativas projetadas. A empresa projetava ter um lucro líquido de R$ 569,1 milhões e alcançou o lucro líquido de R$ 747,2 milhões.
O Sintaema, junto com o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, deputados estaduais, vereadores e entidades sociais estão realizando diversos debates denunciando as graves consequências para a população paulista caso a privatização seja levada adiante.
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