“É o reconhecimento cabal de minha inocência pela Justiça brasileira”, declara ao HP o deputado federal do PCdoB e ex-ministro dos Esportes. O caluniador, policial reformado, foi condenado na quarta-feira (20) por calúnia contra Orlando Silva a dois anos e oito meses
O policial reformado João Dias Ferreira foi condenado, na quarta-feira (20), por calúnia contra o ex-ministro dos Esportes e atual deputado federal, Orlando Silva (PCdoB-SP), e deverá cumprir dois anos e oito meses em regime aberto e pagar R$ 50 mil entre multa e indenização.
“A condenação de João Dias tem valor especial para mim, para minha família, para o PCdoB, que também foi injustamente atacado, e para minha trajetória política. É o reconhecimento cabal de minha inocência pela Justiça brasileira”, disse Orlando à Hora do Povo.
Em 2011, quando Orlando Silva era ministro, João Dias ganhou espaço na revista Veja para falar sobre a existência de um esquema de corrupção no programa Segundo Tempo, que incentiva a prática esportiva entre crianças e adolescentes.
Sem apresentar nenhuma prova, Dias Ferreira falou que R$ 40 milhões teriam sido desviados para o caixa eleitoral do PCdoB.
Em 2021, a denúncia contra Orlando foi arquivada na Comissão de Ética da Presidência por “absoluta falta de provas”.
Doze anos depois das denúncias falsas, João Dias foi condenado pela 8ª Vara Criminal de São Paulo a dois anos e oito meses em regime aberto e terá que pagar R$ 50 mil, entre multa e indenização, por calúnia contra Orlando Silva.
Para o ex-ministro, “a denúncia feita era uma grande farsa com objetivos de desgastar politicamente o governo e também foi utilizada por setores que estavam incomodados com uma liderança política jovem, homem negro, ocupando um lugar de grande destaque, tocando projetos que envolvem interesses, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo”.
“Eu sofri um verdadeiro linchamento político à época, uma destruição de reputação, com duras repercussões políticas e pessoais. Como sempre fui a vítima nessa história, não abaixei a cabeça e jamais pensei em desistir ou sair da política. Felizmente, encontrei apoio de muita gente e hoje meu caluniador está condenado pelo crime que cometeu”, continuou.
O juiz Márcio Assad Guardia destacou na sentença que a mentira contada pelo ex-policial é agravada pela “repercussão imensurável do caso, apto a fulminar a honra” do atual deputado.
João Dias, que na época ganhou grande espaço nos jornais, inventou histórias para continuar nas manchetes. Em uma delas, falou que Orlando Silva teria recebido pessoalmente dinheiro da corrupção na garagem do Ministério dos Esportes. Novamente, não apresentou nenhuma prova.
“A imprensa, naquele momento, deu enorme repercussão para uma denúncia falsa, sem nenhum vestígio de prova, fazendo o que chamo de ‘espetáculo da notícia’ para ampliar os efeitos políticos da crise”, explicou Orlando.
Nas redes sociais, o deputado disse estar com a “alma lavada” pela condenação por calúnia de João Dias Ferreira.
A líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ), assinou uma nota se solidarizando com Orlando e comemorando a condenação de João Dias.
Leia a nota na íntegra:
A bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados registra a condenação de João Dias pelo crime de calúnia. Há 12 anos uma denúncia falsa contra o deputado Orlando Silva paira no ar aguardando justiça. Hoje sua inocência é comprovada e o verdadeiro criminoso recebe uma pena de 2 anos e 8 meses de prisão. Nossa solidariedade a Orlando Silva e sua família que enfrentaram com altivez essa sordidez armada contra ele. Nunca duvidamos de sua inocência. O deputado Orlando honra nosso partido e nossa bancada com uma atuação combativa e honesta, sempre pautada pelo compromisso com a verdade e com a democracia. A justiça prevaleceu!
Jandira Feghali
Líder do PCdoB na Câmara dos Deputados
PEDRO BIANCO