Acordo bilionário proposto por Parente beneficia apenas quem adquiriu ações da Petrobrás negociadas na Bolsa de Nova York
Depois de ser assaltada pelo conluio dos políticos salafrários e diretores corruptos com o Cartel do Bilhão, através de superfaturamentos e aditivos em obras intermináveis, a troco de propinas milionárias, a Petrobrás será tungada mais uma vez. Agora são as arapucas de Nova Iorque que, usando chantagem rasteira contra a estatal, vão receber R$ 9,61 bilhões de reais de “indenização”, que serão sangrados dos cofres da empresa.
O “acordo” que vai lesar a Petrobrás foi proposto por Pedro Parente, que atualmente sabota a estatal por dentro, ocupando o cargo de presidente da empresa. Ele será o “bondoso” doador dos US$2,95 bilhões aos “acionistas privados” – leia-se fundos especulativos – para encerrar uma ação aberta nos EUA contra a Petrobrás. É bom que se lembre que foi o próprio PedroParente que, durante o governo FHC, vendeu as ações da Petrobrás na Bolsa de N. Yorque por cerca de US$ 5 bilhões, quando, segundo avaliação de Fernando Siqueira, vice-presidente da Associação de Engenheiros da Petrobrás (Aepet), elas valiam US$ 100 bilhões. Na época Parente também ocupou a presidência da estatal.
O pretexto para a ação movida contra a empresa brasileira seriam supostas “perdas” que esses especuladores teriam tido com as falcatruas lideradas pelo PT, PMDB e PP. Um verdadeiro escândalo. A Petrobrás está sendo assaltada duas vezes. A primeira pelo cartel das empreiteiras e seus comparsas dos governos Lula/Dilma/Temer e agora pelos fundos abutres e seu comparsa Pedro Parente.
A Petrobrás, que já recebeu de volta das mãos da Lava Jato 1,475 bilhão de reais roubados de seus cofres, informou que o pagamento se dará em três parcelas, sendo duas de 983 milhões de dólares e uma terceira de 984 milhões de dólares. A primeira será paga em até 10 dias após a aprovação preliminar da Justiça, a segunda em até 10 dias após a aprovação judicial final e a terceira em até seis meses após a aprovação final, “ou 15 de janeiro de 2019, o que acontecer por último”.
O juiz distrital Jed Rakoff, de Manhattan, é claro, deve aprovar o “acordo” proposto por Parente. O pagamento será feito apesar da Petrobras admitir que “não constitui reconhecimento de culpa ou de prática de atos irregulares”. No documento a Petrobrás expressamente nega qualquer responsabilidade nos fatos. “Isso reflete a sua condição de vítima dos atos revelados pela operação Lava Jato, conforme reconhecido por autoridades brasileiras” conclui a nota da empresa.
O verdadeiro problema do Brasil não é Temer. Como também não era Dilma, não era Lula, nem FHC, nem Collor, nem Sarney, nem Jango ou Jânio. O verdadeiro problema do Brasil é, o patrimonialismo. A eterna mania nossa de confundir patrimônio público, com patrimônio privado. Afora isto, estamos sempre apostando em fracassos e vergonhas. Em 1888, nós fomos o último país das Américas a acabar com a escravidão e seguimos hoje, tendo coisas abjetas, tais como o monopólio estatal do petróleo e o imposto sindical.
O petróleo é dos árabes. E a Petrobrás é da CUT. Dei-me um país, que tenha monopólio estatal do petróleo e, eu lhe darei um país pobre e uma cleptocracia.
Qual deveria ser o hino do PT? Aquela música que diz: “Onde está o dinheiro? O gato comeu, o gato comeu. E ninguém viu. O gato fugiu, o gato fugiu. O seu paradeiro está no estrangeiro.”
Quem quiser, que veja a música completa neste site: https://www.youtube.com/watch?v=92rr8EcDc90
Supõe-se que para exercer algum “patrimonialismo” as pessoas sejam necessárias – essas que têm nomes, por exemplo, Temer, Lula, Dilma. Não é possível substituir a luta política – que se dá entre humanos (ou desumanos, que seja) concretos – por uma abstração vazia. Fora isso, teorias sobre o suposto (e, talvez, genético) “patrimonialismo” dos brasileiros servem para colocar nas costas do povo os crimes de alguns ladrões. Além de outros problemas. Veja-se O nascimento da República e os jabutis em cima das árvores.
O problema é que alguns privilegiados tem carta branca para assaltar o estado, sem controle e com a conivência das instituições. Enquanto outros são enquadrados e condenados sem direito à defesa. No Brasil hoje um Julgamento não sabemos mais se é político ou jurídico, está tudo junto e misturado.