A Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo investiga se a deputada Flordelis (PSD-RJ) e o pastor Anderson do Carmo foram a uma casa de swing na noite em que ele foi assassinado.
Contradizendo o que Flordelis declarou em seu depoimento, o delegado titular Allan Duarte, disse à imprensa que o casal não esteve em Copabacana na noite da morte de Anderson. A mandante do assassinato disse à polícia que o casal foi comer petiscos, mas ela não sabia confirmar a localização exata ou o nome do local que visitaram naquela noite.
Os registros da CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro) revelam que o carro do casal não esteve em Copacabana. O último dado mostra que o veículo passou por um radar no bairro do Humaitá, vizinho a Botafogo. A informação reacendeu as suspeitas de que o casal fora a uma casa de swing na noite do assassinato de Anderson.
Uma testemunha disse aos investigadores que Flordelis e Anderson tinham o costume de visitar uma casa de swing em Botafogo. Mesmo o gerente do estabelecimento negando a versão, a polícia não descartou a hipótese porque não é comum que estabelecimentos do gênero falem sobre os clientes por respeito à privacidade.
Segundo um relatório da investigação divulgado pelo jornal “Extra”, a casa de swing fica a 500 metros do radar pelo qual a CET-Rio afirma que o casal passou na noite do crime.
Família de Deus, da moral e dos bons costumes
Em declaração sobre a conjuntura da família de Flordelis, o delegado Allan Duarte disse:
“Não se trata bem de uma família, mas de uma organização criminosa. Descobrimos que toda aquela imagem altruísta, de decência, era apenas um enredo para ela alcançar objetivos financeiros e a projeção política.”
A declaração do delegado Allan Duarte fala por si própria. Para a polícia, Flordelis liderava, na verdade, uma organização criminosa travestida de família. E nessa organização criminosa rolava de tudo: orgias sexuais “em família”, envenenamento, rituais macabros, briga por dinheiro e poder na igreja fundada pelo casal Flordelis e seu marido Anderson. Negócio, aliás, que prosperou, pois já contava com oito templos. Tudo por dinheiro. Mas Flordelis queria se livrar do marido que, segundo suas próprias declarações deveria ser eliminado.
Em uma dessas declarações, ela escreveu ao filho André:
“Pelo amor de Deus, vamos pôr um fim nisso. Me ajuda. Cara, tô te pedindo, te implorando. Até quando vamos ter que suportar esse traste no nosso meio?”, disse ela.
O episódio da família bandida de Flordelis mostra como muitos usam o nome de “Deus”, da “família” e “dos valores conservadores” para enganar uma sociedade, especialmente aqueles que se deixam seduzir por palavras que evocam sentimentos religiosos. Tudo não passa de uma manipulação. Estratégias para conquistar espaços políticos e principalmente grandes retornos financeiros.
Presos
Flordelis foi denunciada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e pela Polícia Civil como a mandante do assassinato do marido, Anderson, morto em 2019. Como tem foro privilegiado, a parlamentar não será presa agora de acordo com informação das duas instituições.
Além de Flordelis, outras dez pessoas foram denunciadas, sendo que todas elas foram alvos de mandados de prisão cumpridos na manhã de hoje. Cinco filhos da deputada e uma neta foram presos. Outros dois filhos de Flordelis, Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cézar dos Santos de Souza, e o ex-PM Marcos Siqueira Costa já estavam presos. A décima pessoa denunciada e que também foi presa nesta manhã é Andrea Santos Maia, mulher do ex-PM Marcos Siqueira.