
A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) publicou artigo de fim de ano em que afirma que “o Psol tem que estar na linha de frente para a derrota de Arthur Lira e a sua chapa, como a ala mais radical em defesa das liberdades democráticas e mantendo nossa coerência no programa econômico. A tarefa número um nas eleições da Câmara é derrotar o candidato de Bolsonaro”, sentenciou.
Segundo a parlamentar, “qualquer democrata sabe que Bolsonaro representa ataque às liberdades democráticas e ao interesse público. Ele promoveu e estimulou manifestações claramente golpistas e é responsável por milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas na pandemia”.
Fernanda Melchionna denuncia que Bolsonaro, “para tentar controlar a pauta da Câmara e evitar seu isolamento, muitos cargos e ministérios foram para o balcão de negócios. Derrotar o candidato de Bolsonaro é a tarefa imediata na Câmara”, avaliou.
A deputada lembra que “com uma política clara de unidade de ação” com outros setores, liderados por Rodrigo Maia, foi possível “impor algumas derrotas ao governo de Bolsonaro, como o auxílio emergencial, EC (emenda constitucional) 108 do Fundeb, o adiamento das eleições, a não votação da MP 910 que legalizava a grilagem, a devolução da MP 909 pelo Senado, a Lei Aldir Blanc, sempre mantendo nossa independência política nos enfrentamentos das pautas econômicas”.
“Colocar um sinal de igual entre esses setores que fizeram oposição a Bolsonaro e a burguesia bolsonarista que aceita levar a cabo e acelerar as políticas autoritárias é um erro grave. Mesmo agora, na crise da vacina, a defesa da ciência e a luta contra o negacionismo é a demonstração dessa disputa”, alertou.
Para ela, diante do anúncio do bloco de partidos liderados pelo presidente da Câmara para enfrentar o candidato bolsonarista Arthur Lira, “cabe a nós, do PSOL, debater esse bloco e a eleição da Câmara à luz da situação política”.
“Dar uma sobrevida e controle do Legislativo como correia de transmissão aos interesses do Planalto é dar fôlego desnecessário a Bolsonaro e secundarizar o peso das tarefas democráticas em uma situação ainda defensiva. Dentro dessa caracterização, todas as táticas são válidas, mas com um marco”, defendeu, argumentando que “entrar no bloco dos que defendem a vacina e a Constituição Federal não anula nossa luta política contra a agenda econômica burguesa. Ao contrário: ganharemos mais autoridade para levá-la adiante com mais força”.