Para o parlamentar, ações do ministro contra o meio ambiente justificam punição
O deputado estadual do Rio de Janeiro, Chicão Bulhões (Novo), fez um pedido de suspensão da filiação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao partido por causar “dano à sua imagem e à reputação”.
Chicão Bulhões anunciou através de seu Twitter que, junto ao ex-candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo Partido Novo, Marcelo Trindade, e mais um filiado, entrou com um pedido para que Comissão de Ética suspenda a filiação de Ricardo Salles enquanto é avaliada sua expulsão definitiva.
Salles, que foi candidato a deputado federal pelo Novo e secretário do Meio Ambiente no governo de São Paulo, está no centro da discussão acerca do aumento do desmatamento da Amazônia durante o governo Bolsonaro.
“Entendemos que Salles tem atuado com grande convicção na adoção de condutas divergentes com os programas do Partido Novo no tema ambiental, demitindo profissionais qualificados, desdenhando de dados científicos e revogando políticas públicas sem debate prévio”, afirmou Chicão.
Salles afirmou que os dados produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontavam para o aumento no desmatamento, eram falsos. O então presidente do Inpe, Ricardo Galvão, foi exonerado por sustentar que os dados eram verdadeiros.
Para Chicão, “atitudes como essa reduzem a capacidade de interlocução do país com seus pares internacionais e geram instabilidade. Isto, por si só, já constitui violação dos princípios e valores” do Novo.
“A postura inadequada e o histórico de constrangimentos causados pelo ministro Salles, que tem gerado dano à imagem e à reputação do Novo, são alguns dos motivos para os pedidos”.
Ricardo Salles já foi condenado em primeira instância por improbidade administrativa. Quando foi secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Salles adulterou mapas ambientais para favorecer mineradoras.
O pedido de suspensão de Salles também cita uma resolução do Novo, “que trata do afastamento de filiados que ocupam cargos no primeiro escalão do governo sem indicação do partido”.
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