Valor foi dispendido com passagens aéreas e hospedagens dos parlamentares federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União Brasil-SE)
A Câmara dos Deputados gastou, ao menos R$ 12.989,92, com a ida e volta de três deputados federais bolsonaristas à Argentina para acompanhar de perto o primeiro turno das eleições presidenciais e apoiar o candidato de extrema-direita Javier Milei.
É o famoso moralismo de fancaria que a extrema-direita exala e pratica a torto e a direito. O esmero e trato adequado com os recursos públicos é apenas discurso dessa turma.
O valor foi dispendido com passagens aéreas e hospedagens dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União Brasil-SE). Eles foram autorizados pela Casa a viajar sob a chamada missão oficial, segundo o jornal O Globo. O primeiro turno das eleições presidenciais ocorreu em 22 de outubro.
De acordo com a prestação de contas do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo, o filho “03” do ex-titular da Presidência viajou na manhã do dia 22 de outubro e chegou a Buenos Aires ao meio dia, quando as urnas já estavam abertas na cidade.
O POVO PAGA TUDO
A ida, de classe econômica premium, custou R$ 1,7 mil. O retorno a Brasília ocorreu na segunda-feira (23), por R$ 2,5 mil. O total, ida e volta, passa dos R$ 4,2 mil cada um.
Marcel Van Ratten também recebeu reembolsos de passagem por parte da Casa Legislativa. Ao contrário de Eduardo, no entanto, ele chegou em Buenos Aires ainda no sábado. A ida e volta, em voos comerciais da Aerolíneas Argentinas, custou R$ 4,2 mil.
Sobre a viagem do sergipano Rodrigo Valadares, não há registros do meio de locomoção até o país vizinho. Contudo, a hospedagem dele foi paga com dinheiro público.
O deputado ficou 4 noites hospedado no hotel Hilton, ao custo de R$ 4.537,66, localizado no Puerto Madeiro. Sobre a viagem, Valadares afirmou que foi de conhecimento público.
TIRADO DO AR AO VIVO
No dia do primeiro turno, Eduardo Bolsonaro, apoiador do candidato da extrema-direita à Presidência, Javier Milei, foi cortado do ar na TV argentina, quando começou a defender que a população do país tivesse acesso a armas de fogo, o que implicaria, segundo ele, em “dar condições para que os cidadãos tenham direito à legítima defesa”.
As declarações, que ocorriam durante transmissão ao vivo do Canal 5 Notícias, foram interrompidas por um dos jornalistas no estúdio, que agradeceu ao repórter que comandava a entrevista na rua.
“Obrigado, Mariano [repórter]. A Argentina é generosa demais em receber esse tipo de gente. Por isso que seu pai foi tirado do poder, por lógica, pelos brasileiros”, declarou o apresentador.
DISCURSO RECORRENTE
Vale dizer que esta não foi a primeira vez que o filho “03” do ex-presidente defendeu publicamente a flexibilização do porte e da posse de armas para cidadãos comuns.
Em julho, ele disse que se o movimento pró-armas estava sendo vinculado aos ataques de 8 de janeiro é porque “estão fazendo um excelente trabalho”. A declaração ocorreu durante evento do movimento pró-armas, em Brasília, que terminou com marcha até o Congresso Nacional.
“Quando um cara entra na sua casa, é você quem deve dar o primeiro combate. Não é o governo, não é, com todo respeito, a polícia”, argumentou Eduardo, na ocasião, ao defender a posse de arma que, segundo ele, “é sobre liberdade”.
M. V.