Deputados membros da Comissão de Relações Exteriores divulgaram uma nota afirmando que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ter entregue um “dossiê” sobre a vida de quase mil brasileiros para a embaixada dos Estados Unidos “materializa uma lamentável subserviência àquele país”.
“Em nosso entender, se verdadeiro, este gesto se configura como endosso a uma iniciativa autoritária que imputa crimes sem provas e expõe dados pessoais de centenas de cidadãs e cidadãos brasileiros”, apontam os deputados do PCdoB, PSOL e PT.
Para eles, “além de um desvio ético das atribuições parlamentares, a entrega deste dossiê aos EUA materializa uma lamentável subserviência àquele país, adversa aos fundamentos de nossa República e aos princípios que devem reger nossas relações internacionais, ambos expressos em nossa Constituição Federal”.
O dossiê reúne dados pessoais e fotos de quase mil pessoas, caracterizadas como “antifascistas”, de todo o país. O deputado federal bolsonarista Douglas Garcia (PTB-SP) fez publicações em suas redes sociais pedindo para que seus seguidores enviassem informações sobre essas pessoas.
“No Estado Democrático de Direito, é inaceitável a perseguição de movimentos sociais, militantes e intelectuais para atender aos interesses políticos dos aliados do Presidente da República”, argumentam os parlamentares de oposição.
Foi Douglas Garcia quem deu à Justiça a informação de que Eduardo Bolsonaro entregou para os estadunidenses a investigação feita sobre os quase mil brasileiros.
Segundo a defesa de Garcia, ele “nunca fez nenhum protocolo na Procuradoria-Geral da República. E o protocolo junto à Embaixada dos Estados Unidos foi feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, motivo pelo qual não possui comprovantes, devendo ser oficiado seu gabinete para que encaminhe”.