Deputados criticaram as pressões e os ataques bolsonaristas contra o Congresso Nacional, especialmente a articulação de uma manifestação marcada para domingo que tem como alvos o Congresso e o STF.
Bolsonaro tinha anunciado que iria participar da manifestação, mas recuou diante das críticas.
“Sou a favor da liberdade de manifestação, mas não para uma manifestação contra a democracia, contra o Congresso, querendo gerar conflito. Não dá para criar um ambiente democrático, de paz e de construção dos interesses nacionais, quando no próprio governo há vozes querendo buscar esse tipo de conflito e querendo jogar a população contra o Congresso”, afirmou o deputado Daniel Coelho (Cidadania-PE).
Ele criticou em plenário o que chamou de provocações, que são frequentemente disseminadas pelas redes sociais. “Ele (governo) quer o apoio do Congresso ou criar uma guerra com o Congresso?”, indagou, referindo-se a manifestações recentes de alguns parlamentares do PSL.
“É preciso que o governo se entenda consigo mesmo antes de querer fazer um ataque à oposição, que cumpre o seu papel com responsabilidade. O governo precisa se entender consigo mesmo, sair da internet, das redes sociais, e governar – coisa que, parece, não sabe fazer”, assinalou o deputado Aliel Machado (PSB-PR).
Para o parlamentar, o governo faz uma gritaria, visando esconder suas “ineficiências e irresponsabilidades” administrativas. “O que o governo tenta, no momento de crise econômica em que as pessoas estão sofrendo com a falta de empregos, em que as pessoas estão sofrendo com a retirada de seus direitos, é mudar o foco para o debate ideológico”, disse.
“Há um ataque à política e à democracia. Há um ataque a este Congresso Nacional, pelas ineficiências e irresponsabilidades na condução do nosso país”, acrescentou.
Para o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ), a insatisfação com o governo é crescente e a revolta contra a reforma da Previdência já é muito grande porque ela “penaliza os mais pobres”. “Não é possível que o governo continue mentindo, assim como Temer mentiu com a reforma trabalhista”, completou.