Dois eurodeputados comunistas portugueses, João Pimenta Lopes e Sandra Pereira, repudiaram a recém aprovada resolução do legislativo europeu que considerou a Rússia um Estado patrocinador do terrorismo, advertindo que “os povos querem a paz, o Parlamento Europeu instiga à confrontação e à guerra”, registrou o jornal português Público
“Conscientes dos sérios perigos que esta política comporta para os povos da Europa e do mundo, os deputados do PCP no PE reafirmam que é urgente que os EUA, a OTAN e a União Europeia cessem de instigar e alimentar a guerra na Ucrânia e que se abram vias de negociação com os demais intervenientes, nomeadamente a Federação Russa, visando alcançar uma solução”, afirmaram os dois deputados em sua declaração.
Eles acusaram o PE de fomentar a continuação da guerra, seguindo “os passos dos EUA que proclamam, à margem das Nações Unidas e do direito internacional, ditos ‘Estados patrocinadores do terrorismo’, como o fez a administração norte-americana, presidida por Donald Trump, relativamente a Cuba, em 12 de Janeiro de 2021”.
Lopes e Sandra Pereira consideram particularmente grave que a Comissão Europeia tente impor “um pensamento único quanto ao conflito na Ucrânia” e “reescrever a história, promovendo o anti-sovietismo e estimulando o fascismo”.
A Rússia lançou no final de fevereiro uma operação militar especial em proteção da população russa do Donbass, submetida à perseguição desde o golpe CIA-nazis em Kiev em 2014, depois de aguardar durante oito anos que o regime pró-EUA cumprisse com os acordos de Minsk, que garantiriam constitucionalmente os direitos da população de fala russa e sua autonomia dentro da Ucrânia, bem como para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia, cujo regime decidiu romper com a neutralidade e instaurar a anexação à Otan.