O pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as manchas de óleo que aparecem nas praias nordestinas há mais de um mês foi protocolado na Câmara dos Deputados.
Mais de 250 parlamentares assinam o documento, de autoria do deputado João Campos (PSB-PE).
“É o maior desastre ambiental em extensão da história do Brasil. Precisamos investigar”, disse João Campos, que é filho do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
“O governo federal foi omisso frente ao maior desastre ambiental no litoral brasileiro. Acabaram com os comitês que integravam o plano de ação para combater a poluição por óleo em água”, assinalou.
“É inadmissível o que está acontecendo. Andei pelas praias de Pernambuco e é de chorar. Praias com muito, muito óleo, famílias sofrendo”.
Segundo o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), a CPI servirá “para avaliar o mais grave crime ambiental já cometido no Brasil, a origem das manchas e avaliar as medidas que foram tomadas ou que deixaram de ser tomadas pelo governo federal e também para tomar a decisão sobre quais medidas legislativas adotar daqui para frente para evitar que um novo crime como esse ocorra”.
O deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE) declarou que o grupo de parlamentares espera “que a Câmara instale essa CPI para que busquemos as informações para esclarecimento do que aconteceu. Essa CPI, além de buscar os responsáveis, precisa sugerir modificações na legislação brasileira para que um fato igual a esse não volte a acontecer”.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, Fabiano Contarato (Rede-ES), afirmou que o crime ambiental no Nordeste “poderia ter sido evitado, se o monitoramento fosse avançado”. “A mancha poderia ter sido detectada e deflagrada uma ação para que não se espalhasse”.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento de convite para que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, preste esclarecimentos no Senado sobre o desastre, afirmou em seu Twitter: “A omissão do inepto Ministro do Meio Ambiente agravou a crise no nordeste. Somente 35 dias após surgirem as manchas de óleo, Ricardo Salles finalmente nomeou o diretor de emergências”.