A revista alemã Der Spiegel, notória por seu viés pró-Otan, revelou que as tripulações ucranianas de tanques fornecidos por Berlim “fingem avarias para evitar lutar contra os russos”
A invenção de defeitos nos tanques por parte de soldados ucranianos foi relatada por três soldados veteranos que a revista alemão Der Spiegel entrevistou. Eles estão entre os operadores de tanques mais experientes da Ucrânia e foram adestrados por cinco semanas na Alemanha no uso dos tanques Leopards, que Berlim forneceu ao regime de Kiev.
Um deles disse não culpar aqueles que estão se recusando. “Se atingirem a torre, você será um monte de cinzas”, disse um homem identificado como Misha à revista alemã.
Outro soldado, apelidado de Gutsik, disse que esquivar-se completamente de um confronto era melhor do que entrar em combate apenas para desistir após o primeiro tiro, explicando por que não sentiu má vontade com o estratagema.
Admissões que coincidem com os vídeos nas redes sociais que mostram os blindados forçados pelo fogo de artilharia russo a entrarem nos campos minados e explodirem, ou diretamente atingidos.
Por sua vez o Bild, também pró-Otan, com base em seu correspondente militar, Yulian Repke, reconheceu que na região de Zaporozhya, em uma semana, na cidade de Orekhov, os ucranianos perderam pelo menos sete tanques Leopard 2 e 12 veículos de combate de infantaria Bradley.
Realmente não deve ser animador receber a ordem de se lançar, sem cobertura aérea, contra o assim chamado “moedor de carne russo”, em que artilharia pesada, drones, mísseis e aviação, combinados com três linhas de defesa fortificada, que incluem armadilhas para tanques, campos minados e trincheiras, ate aqui não rompidas, destroem meios de guerra e combatentes ucranianos em escala industrial.
A publicação norte-americana ultrabelicista Defense Post considerou desastrosas as táticas de assalto ucranianas às linhas fortificadas russas, que comparou com a famosa brigada de carga ligeira britânica, um ataque frontal na Guerra da Crimeia no século XIX, dizimada pelos russos.
Um general da Otan entrevistado pela Defense Post viu a coisa por outro precedente histórico. “Guderian tinha 3.000 tanques, e esses idiotas acabaram de perder os 30 que têm”, apontou, comparando com o ataque do general alemão responsável em maio de 1940 pela “operação belga”, que rompeu as linhas de defesa aliadas. “Sem superioridade aérea, romper as defesas russas é uma missão suicida”.
Segundo os russos, um terço dos tanques de fabricação ocidental fornecidos pela Otan já viraram sucata fumegante desde o início da ‘contraofensiva’ no dia 4. As baixas do regime de Kiev chegam a 13.000 combatentes. Os finlandeses reportam que foram abatidos 50% dos veículos blindados enviados pelo país a Kiev, segundo o portal Eurasian Times.
Como observou o portal Moon of Alabama, durante a primavera e o verão de 2022 as forças russas destruíram o exército regular ucraniano pré-guerra. Foi substituído por material da era soviética fornecido por países do leste europeu e por recrutas ucranianos. No início deste ano, esse segundo exército também havia sido destruído. “O que testemunhamos atualmente é a desmilitarização do terceiro exército da Ucrânia”.
Na cúpula da Otan de 10 a 12 de julho, os EUA e seus subalternos discutirão como manter a Ucrânia em guerra “até o último ucraniano”, para impor uma “derrota estratégica à Rússia”. Em paralelo, crescem as vozes pela paz, como vêm fazendo China, Brasil, União Africana, Índia e o Papa Francisco.
Enquanto o regime Zelensky diz que se trata de “uma guerra não provocada”, a Rússia afirma que exerceu o direito de autodefesa da Carta da ONU ao proteger os russos étnicos do Donbass de iminente operação de limpeza de cunho racista e que a guerra começou em 2014, com o golpe de Estado promovido pelos EUA, que levou os neonazis ao poder em Kiev, e deu início ao programa de “desrussificação” e “descomunização” e sua ‘Operação Anti-terrorista’, que provocou os levantes no Donbass e na Crimeia.
Durante oito anos, a Rússia tentou uma saída pacífica para a questão, através dos acordos de Minsk que, agora se sabe, como exposto por Ângela Merkel e François Hollande, foram usados para rearmar Kiev.
A razão central do golpe de 2014 foi impor a absorção da Ucrânia na Otan, violando o compromisso de “nem uma polegada a leste” de expansão, feita pelo Ocidente a Moscou no momento da reunificação alemã.
A anexação da Ucrânia pela Otan significaria que as maiores cidades russas ficariam a cinco minutos de ataque nuclear, quando Washington quisesse. A Rússia tentou ainda, em dezembro de 2021, chamar os EUA à razão, através de um acordo que restabelecesse a segurança coletiva na Europa e mantivesse a neutralidade da Ucrânia, que aliás é o que sua Constituição estabelece desde 1991.