ISO SENDACZ (*)
Acredito que a maioria das pessoas associe a expressão “derivativos” àqueles papeis financeiros especulativos. Uma pequena parte deles tem correlação com a vida real, mas quando eles somam muitas vezes o PIB mundial – toda produção humana ao redor do planeta -, entende-se a importância deles para a concentração de lucros nos negócios bancários.
Tanto é assim que os complexos cálculos de como levar vantagem em tudo demandam, na prática dos bancos que os negociam, a contratação de profissionais qualificados, muitos deles formados no Instituto de Tecnologia Aeronáutica, o famoso ITA.
Se, como para a inflação, fosse estabelecida pela ONU ou outro organismo internacional uma meta de temperatura em agradáveis 22º, com tolerância de 10º para mais ou para menos, as autoridades ambientais estariam sendo seguidamente convocadas à Assembleia Geral para explicar o calor excessivo do verão e o frio congelante do inverno.
Provavelmente se corrigirmos um tanto a inclinação do eixo da Terra, os hemisférios variarão menos a sua posição relativa ao Sol e talvez assim as temperaturas também seriam mais constantes ao longo do translado em torno do astro-rei.
Pesadelos de um noite de verão?
Em algum dia deste ano de 2020 completará cem anos de uma das mais interessantes obras da engenharia: em uma cidade dos EUA, resolveram abrir uma avenida onde havia uma rua. Lá ficava o prédio da Companhia Telefônica, que não queria deixar mudos os aparelhos de seus 60 mil assinantes. Então, resolveram mover o prédio uns tantos metros para trás sem parar a operação da empresa. Com sucesso*.
Se dominarmos a energia dos corpos celestes que circulam ao redor da Terra e usarmos o seu poder de atração – a gravidade – para alterar a posição do planeta no sistema solar talvez possamos melhorar o clima entre nós.
Para isso, vamos precisar dos engenheiros aeronáuticos hoje focados na transferência de renda. E de muitos outros especialistas, em física, geologia, saúde, ecologia e muito mais. Todos juntos “remunerados” pela máxima do capitão Picard, da nova geração da Enterprise: “o prazer de fazer mais e melhor”.
* Assisti ao documentário sobre a obra em um curso sobre continuidade de negócios. Basicamente, calçaram o prédio, substituíram a canalização por tubos flexíveis para aumentar a extensão dos cabos telefônicos e empurram o imóvel uns 50 centímetros por dia, sem interromper as ligações.
(*) Engenheiro Mecânico, especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, do Instituto Cultural Israelita Brasileiro e membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. De São Paulo, mora em Santos. Texto extraído do seu blog isosendacz.org.