Ministra de Lula adverte que parecer do deputado bolsonarista “é um presente para as facções que atuam em todo o país, inclusive no mercado financeiro”
A Ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, deputada federal Gleisi Hoffmann, denunciou as manobras de integrantes do bolsonarismo para deturpar a Lei Antifacção do governo com a intenção de proteger os chefões do crime organizado. “As mudanças do relator Guilherme Derrite no Projeto de Lei Antifacção tiram a Polícia Federal do combate ao crime organizado”, alertou a ministra.
“Isso é um presente para as facções que atuam em todo o país, inclusive no mercado financeiro, e que estão sendo enfrentadas com inteligência”, acrescentou a ministra de Lula, em relação às limitações impostas pelo parecer de Derrite à atuação da Polícia Federal no combate ao crime organizado.
“As mudanças inviabilizam ações coordenadas contra a estrutura financeira das facções, como a Operação Carbono Oculto, e podem tumultuar os inquéritos e ações judiciais em andamento, porque alteram as competências da União e dos Estados, de forma inconstitucional”, prossegue e ministra, ressaltando que não haverá nenhum acordo em torno das opiniões do deputado bolsonarista em prol dos chefes do crime.
“Na prática, as mudanças que o Secretário de Tarcísio de Freitas propõe, vão proteger a bandidagem e as facções, subvertendo totalmente o projeto enviado pelo governo do presidente Lula”, destacou Gleisi. “E para piorar”, prossegue ministra, “ele mantém com outro nome a ideia de classificar facções como terroristas, que não resolve nada, mas é uma grave ameaça à soberania do país e nossas empresas”.
“Crime organizado se combate com ações conjuntas e coordenadas, com planejamento e inteligência, como propõe a PEC da Segurança Pública, que o governo enviou em abril à Câmara dos Deputados e esse projeto de Lei Antifacção”, argumentou a ministra.
A proteção à cúpula do crime por parte do deputado bolsonarista Guilherme Derrite ficou tão escandalosa, que ele fez alguns recuos para não se queimar totalmente. Mas, tanto a ministra quanto a direção da Polícia Federal consideraram os recuos insuficientes. “Não há e não haverá acordo que suprima as competências, atribuições e autonomia da Policia Federal. Encaramos com preocupação qualquer manobra para modificar o papel da PF no combate ao crime organizado”, apontou Gleisi Hoffmann.











