PF identificou o grupo de três brasileiros que foram agressivos com a família do ministro do Supremo Tribunal Federal, mas não chegou a fazer prisões. Irão responder por crime contra honra e ameaça. Ministro estava em Roma para participar de palestra
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi hostilizado, na última sexta-feira (14), por um grupo de bolsonaristas no aeroporto internacional de Roma, na Itália.
O magistrado foi atacado por três brasileiros por volta das 18h45 no horário local. Uma mulher identificada como Andréia xingou o ministro de “bandido, comunista e comprado”.
Na sequência, um homem identificado pela PF (Polícia Federal) como Roberto Mantovani Filho reforçou os xingamentos e chegou a agredir fisicamente o filho do ministro. Outro homem, identificado como Alex Zanatta, se juntou aos dois agressores disparando palavras de baixo calão.
Moraes estava acompanhado dos familiares no aeroporto. O ministro retornava da Universidade de Siena, onde realizou palestra no Fórum Internacional de Direito.
As informações foram confirmadas por interlocutores da PF e do Ministério da Justiça.
Os três brasileiros se tornaram alvos de inquérito da PF, mas não chegaram a ser presos. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ligou para Moraes e se solidarizou contra a violência sofrida pelo magistrado e familiares.
“Até quando essa gente extremista vai agredir agentes públicos, em locais públicos, mesmo quando acompanhados de suas famílias ? Comportamento criminoso de quem acha que pode fazer qualquer coisa por ter dinheiro no bolso. Querem ser “elite” mas não tem a educação mais elementar”, escreveu o ministro da Justiça no Twitter.
O STF informou que não se manifestaria sobre o caso.
A ação deletéria desses fascistas mostra o grau do pesadelo dos bolsonaristas após a derrota que sofreram em outubro de 2022, quando Lula venceu as eleições presidenciais.
CRIME CONTRA HONRA E AMEAÇA
Os agressores irão responder perante a Justiça em liberdade por crime contra honra e ameaça.
O ministro-chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, usou o Twitter para prestar solidariedade ao ministro. “Minha total solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes. Ataques dessa natureza são inconcebíveis na democracia. Herança de um tempo em que o Brasil adoeceu. Que os autores dessa barbárie sejam rapidamente submetidos à Justiça para que eventos como esse jamais se repitam!”.
GUERRA CULTURAL E RETÓRICA DO ÓDIO
Para entender essa e outras ações e manifestações neofascistas semelhantes é preciso compreender como isto surgiu, cresceu e se desenvolveu nos últimos tempos.
O livro do professor João Cezar de Castro Rocha — Guerra cultural e retórica do ódio: crônicas de um Brasil pós-político — talvez ajude a desvendar esses caminhos.
“Guerra cultural e retórica do ódio é um ensaio escrito em prosa literária e que oferece uma descrição inovadora do bolsonarismo, entendido em sua dinâmica própria”, descreve a apresentação do ensaio.
“Um dos pontos altos do livro é a análise da escalada golpista nos meses de abril e maio de 2020, assim como a previsão de novas tentativas, intrínsecas ao projeto autoritário”, continua.
“O bolsonarismo implica uma visão de mundo bélica, expressa numa linguagem específica, a retórica do ódio, e codificada numa estrutura de pensamento coesa, composta por labirínticas teorias conspiratórias. O livro desvenda cada um desses elementos”, segue.
M. V.
Todos os envolvidos nessa agressão e em outras precisam serem punidos com todo rigor da lei. Lugar de neofascista é . na cadeia. A verdade acima de tudo. E a Constituição acima de todos.
Ele poderia começar por ele quando afirmou que quer f***r o Moro…. Sei lá, pra mim isso também é propagar o ódio!
Bem, é melhor do que bater no filho do Moraes e agredir a família dele em um aeroporto. Até porque isso é ilegal. Dizer “que quer f***r o Moro”, nem tanto.