Segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado mensalmente pelo Banco Central como uma prévia do PIB, a economia brasileira sofreu um recuo de 0,68% no primeiro trimestre deste ano.
No início de janeiro, quando Bolsonaro tomou posse, a previsão de crescimento do PIB em 2019 era de 2,4%. Após 11 semanas consecutivas de queda, as projeções caíram para 1,45% (Boletim Focus, do BC). O Bradesco e o Itaú estimaram um número ainda menor – 1,1% e 1%, respectivamente.
Os reiterados desatinos do chefe e as manifestações de boçalidade explícita dos ministros minaram a expectativa do “mercado” na retomada do crescimento, recolocando o país na rota da recessão. O desemprego recrudesceu.
Sem emprego e com os salários em queda a população não consome, voltou a se endividar em níveis elevados, os empresários não investem, freiam a produção porque não têm para quem vender.
A fábula criada pelo Ministério da Economia, de que o Brasil precisa “economizar” 1,2 trilhão da Previdência Pública – isto é, transferir esse montante ao mercado financeiro – para não entrar em colapso nos próximos anos, ficou prejudicada.
O colapso já começou e está sentado no sofá da sala.
Quando isso ocorre, o remédio não é retirar salários e aposentadorias da população para aumentar os recursos à disposição dos rentistas. Esse é o veneno. O remédio é fazer exatamente o contrário: aumento da demanda, redução de juros, investimentos em infraestrutura.
É natural que Bolsonaro não concorde. Com o rancor que faz questão de exibir contra a Educação, a Cultura e a Ciência, é mesmo impossível compreender uma coisa dessas.
(SÉRGIO RUBENS)