Eduardo Bolsonaro está “destruindo” a imagem do PSL em São Paulo, afirmou o líder do partido no Senado, Major Olimpio (SP).
“Não quero saber se ele é o filho do presidente, para mim ele é um filiado e o meu descontentamento e o de muita gente é manifesto”, disse o senador.
Flávio e Eduardo Bolsonaro, conhecidos como os filhos “01” e “03” de Jair Bolsonaro, ocupam a presidência do PSL do Rio de Janeiro e de São Paulo, respectivamente.
“Mas isso é uma questão interna do partido no Estado, por acaso com o Eduardo, que por acaso é o filho do presidente”, afirmou.
“No Rio de Janeiro, o Flávio quis que o partido deixasse o governo por uma manifestação de posicionamentos do governador Witzel. O partido disse não”, disse Major Olímpio.
Eduardo, somente nas últimas duas semanas, destituiu os presidentes de 73 dos 280 diretórios municipais de São Paulo. Os presidentes afastados foram à Justiça para reaver os cargos.
O senador afirmou que “não concorda em absolutamente nada” com o que os filhos do presidente fazem a frente do partido nos estados.
“Partido político não é dinastia. Para mim, os filhos dele são filiados como eu sou e têm que ter o mesmo respeito que todo filiado tem. Não vai ter diferenciação porque é filho coisa nenhuma”, disse o senador na quarta-feira (9), durante entrevista à Rádio Eldorado.
Na segunda-feira, o senador Major Olimpio declarou que “Flávio Bolsonaro para mim acabou, não existe”. Flávio Bolsonaro se isolou da bancada por pressionar e trabalhar contra a CPI da Lava Toga para investigar membros dos tribunais superiores.
Os atritos entre a família Bolsonaro e o PSL estão ficando cada vez mais intensos. Na manhã da terça-feira (8) Bolsonaro orientou um apoiador a “esquecer” o PSL e seu presidente, Luciano Bivar. “Ô cara, Bivar está queimado pra caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido”, disse.
Mais tarde, um grupo de filiados divulgou um manifesto acusando Jair Bolsonaro de abafar casos de corrupção, como o de Flávio Bolsonaro e seu motorista Fabrício Queiroz e o do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Fabrício Queiroz recolhia parte do salário dos assessores de Flávio, então deputado estadual, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Entre 2014 e 2017, Queiroz chegou a movimentar R$ 7 milhões em sua conta, sem ter rendimentos que justificassem.
Marcelo Álvaro Antônio, que presidiu o PSL de Minas Gerais durante as eleições, montou um esquema de candidaturas laranja no estado para desviar recursos do fundo eleitoral.
Quatro candidatas, que juntas somaram 2.084 votos, receberam R$ 279 mil do fundo eleitoral. Parte do dinheiro foi gasto com empresas ligadas a assessores e parentes de Álvaro Antônio.
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