
Mais de 60 palestinos foram assassinados pelo bombardeio israelense desta quinta-feira (24) na Faixa de Gaza, totalizando 51.439 desde o início do genocídio acelerado em outubro de 2023
39 dos mortos de quinta-feria foram atingidos por bombas lançadas contra a cidade de Gaza, segundoa Al Jazeera, que registrou também ataques contra as cidades de Jabalia, Deir al Balah e Khan Yunis.
Segundo as autoridades de Saúde palestinas na Faixa de Gaza, desde a ruptura do cessar-fogo pelo exército de ocupação israelense em um bombardeio incessante desde 18 de março, quase 2 mil pessoas foram chacinadas e mais de 5 mil ficaram feridas.
O governo genocida de Netanyahu também cortou o fornecimento de energia elétrica para uma usina de dessalinização na Faixa de Gaza e bloqueou a entrada de caminhões que transportavam socorro humanitário, privando milhões de alimento.
Equipes de resgate e médicos disseram que pelo menos 12 pessoas pertencentes à mesma família estavam entre os mortos na quinta-feira quando sua casa em Jabalia, norte de Gaza, foi atacada.
“ESTÃO TODOS DECEPADOS E DILACERADOS”, REPORTA AL JAZEERA
Seis membros de outra família — um casal e seus quatro filhos — foram mortos quando um ataque aéreo arrasou sua casa na Cidade de Gaza, informou a defesa civil em um comunicado.
Ahmed Arar, um socorrista, disse que havia “grandes quantidades de partes de corpos e restos mortais”, incluindo de muitas crianças, após o ataque em Gaza.
“Só há mãos, pernas e cabeças. Estão todos decepados e dilacerados”, disse Arar à Al Jazeera.
Outras 10 pessoas foram mortas e várias outras ficaram feridas em um ataque a uma antiga delegacia de polícia em Jabalia, de acordo com um comunicado do Hospital Indonésio, para onde as vítimas foram levadas.
“Todos começaram a correr e gritar, sem saber o que fazer diante do horror e da gravidade do bombardeio”, disse Abdel Qader Sabah, de 23 anos, de Jabalia, sobre o ataque que atingiu a estação localizada perto de um mercado.
NETANYAHU MENTE AO DIZER QUE ATACOU “COMANDO DO HAMAS”
O exército israelense repetiu a esfarrapada e surrada justificativa de que atacou o que descreveu como um “centro de comando e controle” do Hamas na área de Jabalia, sem esclarecer se o alvo era a delegacia de polícia. O exército usa repetidamente justificativas semelhantes em ataques que atingem hospitais e escolas e diversos outros que neste morticínio servem também de abrigo a famílias palestinas deslocadas.
Os militares de Tel Aviv continuam fechando importantes travessias de fronteira pela oitava semana consecutiva, impedindo a entrada de ajuda humanitária muito necessária, incluindo suprimentos médicos e combustível, piorando uma crise humanitária já profunda em meio a bombardeios implacáveis.
As Nações Unidas alertaram que as crescentes ordens de evacuação de Israel em Gaza estão resultando na “transferência forçada” de pessoas para áreas cada vez menores e mais densamente populadas.
Agências humanitárias estimam que a grande maioria dos 2,4 milhões de moradores de Gaza foram deslocados pelo menos uma vez desde o início da guerra.
Também na quinta-feira, o Hospital Infantil Mártir Al Durra, na Cidade de Gaza, um dos poucos em operação, ficou inoperante, um dia após um ataque israelense atingir a parte superior do prédio, danificando a unidade de terapia intensiva e destruindo o sistema de painéis de energia solar da instalação.
O sistema de saúde de Gaza foi devastado pela campanha militar de Israel, que já dura 18 meses, deixando muitos hospitais do território fora de ação, matando prendendo e até torturando médicos e reduzindo suprimentos cruciais.
Os esforços dos principais mediadores Catar e Egito, até agora não conseguiram produzir um cessar-fogo duradouro, enquanto os Estados Unidos seguem entupindo Israel de bombas de uma tonelada cada.
Com os assassinados de depois da ruptura do cessar-fogo por Israel, foram mortos em Gaza, pelo menos 51.439 desde outubro de 2023.
Os militares disseram na quinta-feira que disparos de tanques israelenses mataram um funcionário da ONU na cidade de Deir el-Balah, no centro de Gaza, no mês passado, de acordo com as conclusões iniciais de uma investigação.