O dinheiro liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em financiamentos para a indústria, de janeiro a outubro de 2017, despencou 49% em comparação ao mesmo período de 2016. É o menor volume da série histórica divulgada pelo BNDES, em valores atualizados, desde 1995.
Os desembolsos totais realizados nos dez primeiros meses deste ano totalizaram R$ 55,1 bilhões, que comparados aos desembolsos do mesmo período de 2016 sofreram uma queda de 20%. É o pior resultado para o mês desde 2003. Os dados fazem parte do boletim de desempenho que o banco divulgou na quarta-feira (22).
A indústria que respondeu por 22,1% do total de desembolsos, teve todos seus nove segmentos com variações negativas na comparação anual, metalurgia com menos 76% e material de transporte com menos 59% são as mais expressivas. Por região, exceto o nordeste, todas tiveram quedas. No sudeste a queda foi de 33%.
A agropecuária, com uma variação positiva de 9%, e energia elétrica com +43%, que poderiam ser considerados como resultados positivos, na verdade são produtos da desastrosa política neoliberal de primarizar a economia nacional e das privatizações. O incremento de 8% na participação relativa dos desembolsos para as pequenas e médias empresas se deu num contexto de redução acentuada no total dos recursos emprestados.
Os números divulgados traduzem de forma eloquente a queda dos investimentos, a desindustrialização, a primazia para os setores primários, a privatização, além da redução da operação do BNDES, infortúnios do governo Temer /Meirelles.
J.AMARO